São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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Após desistência dos EUA, Embraer suspende plano de fábrica americana

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Embraer decidiu suspender seus planos de construção de uma subsidiária nos Estados Unidos. O anúncio foi feito ontem pela empresa, um dia depois que o Exército norte-americano confirmou o cancelamento do projeto de desenvolvimento de um novo avião espião que utilizaria como plataforma um jato da Embraer.
A aeronave, um ERJ 145, é a mesma utilizada pelo governo brasileiro no projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
A empresa brasileira fazia parte de um consórcio liderado pela norte-americana Lockheed Martin, que venceu uma licitação para desenvolvimento da nova geração de aviões-radares para o Exército dos EUA, programa batizado de ACS (Sensor Comum Aéreo, na sigla em inglês). O negócio, avaliado em US$ 8 bilhões, previa o fornecimento de até 40 aviões-radares em 20 anos.
Os problemas no programa ACS surgiram em junho de 2005, quando o Exército dos EUA decidiu descartar o uso do ERJ 145, alegando que o jato era pequeno. A Embraer ainda ofereceu a sua maior aeronave, o EMB 190, que em sua versão comercial tem capacidade para cem assentos, o dobro do ERJ 145. Mas ontem surgiu a notícia do cancelamento.
"Após uma análise cuidadosa das propostas apresentadas pela Lockheed Martin, decidimos que o mais prudente seria cancelar o contrato", informou nota do chefe de compra de armamentos do Exército dos EUA, Claude Bolton.
Também por meio de nota, a Embraer afirma estar "desapontada" com a decisão. A fabricante brasileira informa ainda a suspensão dos planos de construção de uma fábrica em solo americano, que atenderia a uma exigência do contrato do ACS. A unidade seria erguida na cidade de Jacksonville, na Flórida.


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