São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Apoio tucano a Chinaglia será decidido em Executiva

Presidente do PSDB rompe silêncio e convoca reunião

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), vai convocar reunião da Executiva do partido para tomar uma posição oficial sobre a eleição da presidência da Câmara. Em sua opinião, o anúncio feito na semana passada de apoio dos deputados tucanos à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) "não reflete o sentimento geral do partido".
Em férias em Madri, Tasso, por meio de sua assessoria, informou que a reunião deve ocorrer entre os dias 19 e 22. "[O apoio] não reflete o sentimento geral do partido e, por isso, será necessário convocar uma reunião da Executiva para tomar uma posição oficial sobre a disputa na Câmara", disse o senador tucano.
Segundo a Folha apurou, Tasso é contra o apoio à candidatura petista por considerá-la uma articulação do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) e vai trabalhar para que os tucanos, no mínimo, não tenham um candidato oficial à presidência da Câmara dos Deputados.
Mesmo que a Executiva tucana decida não apoiar oficialmente o petista na disputa com Aldo Rebelo (PC do B-SP) pelo comando da Câmara, a tendência hoje é que pelo menos entre 35 e 40 dos 65 deputados do partido optem por Chinaglia.
O anúncio do apoio ao petista foi articulado pelo atual líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA), adversário no partido de Tasso. O senador não foi consultado pelo deputado sobre a decisão de divulgar o apoio tucano a Chinaglia. Naquele dia, quinta-feira, estava em Barcelona.
Além de Tasso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também criticou a iniciativa de Jutahy Júnior, articulada em conjunto com os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Na próxima terça-feira, deputados tucanos insatisfeitos com o apoio a Chinaglia vão se reunir em Brasília para tentar reverter a decisão. No mesmo dia, o grupo independente, liderado pelos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE), vai decidir se lança uma terceira candidatura para tentar forçar um segundo turno na disputa pela presidência da Câmara.
Nome aventado para ser esse terceiro candidato, o deputado tucano Gustavo Fruet (PR) disse ontem que aceita analisar a hipótese desde que não seja um simples "anticandidato" nem represente um confronto com seu partido.
"A decisão foi equivocada. Temos de reunir o partido para discutir o assunto. Acredito que o ideal seria lançar um terceiro nome, que procure destacar a importância de uma plataforma para recuperar a imagem da Câmara", disse Fruet.


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