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Por Dilma-2010, Lula articula apoio a Sarney
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se José Sarney (PMDB-AP)
declarar hoje que deseja ser
candidato à presidência do Senado, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva articulará um
acordo para que o PT apoie o
peemedebista. Segundo a Folha apurou, em troca, Lula incluirá no acordo PT-PMDB o
suporte peemedebista à eventual candidatura da ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff, à
Presidência, em 2010.
Lula estudará ainda eventual
acomodação da ala petista do
Senado no ministério.
Segundo a Folha apurou, Lula recebeu a informação de que
Sarney quer ser candidato para
fortalecer o seu clã político no
Maranhão e o grupo peemedebista do Senado. A presidência
da Casa também daria ao ex-presidente da República força
para tentar frear eventual operação da Polícia Federal contra
um filho dele. A PF investiga
suposto caixa dois nas eleições
de 2006 de empresa comandada por Fernando Sarney.
Lula deseja uma conversa
definitiva com José Sarney. Se
ele disser sim, Lula falará com
o senador Tião Viana (AC),
candidato do PT a presidente
do Senado, para que ele desista
da candidatura. Se Sarney disser não, Lula pedirá que o peemedebista convença o seu partido a apoiar Tião e a retirar a
candidatura de Garibaldi Alves
(RN), atual presidente da Casa.
A Folha apurou que Lula
passou a ver as eleições para as
presidências da Câmara e do
Senado como uma oportunidade para reforçar a eventual
candidatura de Dilma à sua sucessão. Para isso, Lula incluirá
no acordo a confirmação do
apoio do PT ao peemedebista.
Tião e Garibaldi se uniram
ontem numa tentativa de constranger as articulações em torno de Sarney. Ambos tiveram
um encontro reservado, no início da tarde. Ao fim do dia, numa entrevista lado a lado, os
dois reafirmaram que são candidatos e vão permanecer na
briga pelo comando da Casa.
"Não há recuo", disse Garibaldi. "Minha candidatura vai
até 2 de fevereiro. Tenho compromisso com cinco partidos
desta Casa, que me apoiam",
prosseguiu Viana.
Lula, segundo interlocutores
no Planalto, voltou de férias
disposto a interferir na escolha
da presidência do Senado. "O
presidente acha que é conveniente começar [as conversas]
por Sarney", afirmou o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
Colaboraram LETÍCIA SANDER ,
ADRIANO CEOLIN e SIMONE IGLESIAS ,
da Sucursal de Brasília
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