|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGUNDO MANDATO
Novo presidente da instituição toma posse na terça-feira
Atual diretoria da CEF será mantida, anuncia Carazzai
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
Em sua primeira entrevista desde
que teve o nome confirmado para
presidir a CEF (Caixa Econômica
Federal), o economista Emílio Carazzai, 50, disse ontem em Recife
(PE) que a diretoria da instituição
será mantida.
Segundo ele, a manutenção não
foi exigência do ministro Pedro
Malan (Fazenda) ou do governo
federal. "É natural que as pessoas
que se desincumbiram bem em
suas funções sejam mantidas."
Sua posse deve acontecer na próxima terça, em Brasília. Atualmente ele é diretor de planejamento da
BompreçoPar S.A., holding do
grupo Bompreço, que controla
empresas de comunicação, agropecuária e supermercados.
Carazzai foi indicado pelo vice-presidente Marco Maciel, com o
apoio do PFL. A indicação enfrentou resistência de Malan, que não
desejava a substituição do atual
presidente, Sérgio Cutolo.
"Nunca houve um veto pessoal
do ministro Malan. Ele mesmo me
assegurou isso", disse Carazzai. "A
preocupação dele era no sentido
de que a instituição não passasse a
ser administrada fora da orientação profissional e técnica que a
tem caracterizado", afirmou.
A CEF trabalha com um orçamento maior do que o de alguns
ministérios: cerca de R$ 10 bilhões,
voltados para as áreas de habitação
e saneamento. Para Carazzai,
"eventuais dúvidas" que possam
existir sobre o rigor profissional
com que a Caixa será dirigida serão
"rapidamente dissipadas" na medida em que ele se apresente formalmente ao mercado.
Ele não quis comentar as medidas econômicas, tomadas ontem
pelo governo, nem a saída de Gustavo Franco do Banco Central.
Carazzai é paranaense, mas vive
há 30 anos em Pernambuco, onde
ocupou diversos cargos públicos.
Entre outros, o de secretário da
Agricultura no governo Marco
Maciel (79/82), de quem é amigo.
Foi também secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, na gestão do ministro Paulo Haddad
(quando Itamar Franco era presidente). Data dessa época, segundo
Carazzai, sua relação com Malan,
que também trabalhava para o governo federal. "Ele era o negociador da dívida externa brasileira."
Na iniciativa privada, foi consultor da Booz-Allen & Hamilton e
diretor durante dez anos do banco
Banorte (hoje extinto). Carazzai
tem mestrado na Manchester Business School (Inglaterra), com tese na área de administração bancária e finanças.
Carazzai disse que ainda está
"educando-se" sobre a instituição.
Adiantou, porém, que duas medidas devem ser adotadas pela CEF
este ano. A primeira seria o retorno ao financiamento para construção de imóveis, com crédito aos
construtores. A segunda, um novo
programa de recuperação de créditos de mutuários inadimplentes.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|