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Acordo com traficantes revelou a conexão
do enviado especial a Roma
A ligação de PC Farias com a máfia e a venda de narcóticos só veio à
tona porque traficantes da Colômbia e autoridades italianas fizeram
um acordo.
Os colombianos delataram a data e o local onde seriam entregues,
na Itália, pelo cartel de Cali, um
carregamento de 5,5 toneladas de
cocaína, a maior apreensão feita
até hoje na Europa.
Em troca, conseguiram o relaxamento da prisão de um dos caixas
do cartel de Medellín, Gustavo
Upeghi Delgado, ligado a Pablo
Escobar, o chefe do tráfico morto
em 1993.
A revelação do acordo foi feita
em depoimento dado à Justiça, no
ano passado, pelo italiano Paolo
Refe, 56, ligado à família mafiosa
Fidanziti, da Sicília.
Preso em uma ação batizada de
Operação Gelo Verde, Refe cumpre pena de dez anos.
Segundo noticiou em outubro
passado a agência italiana de notícias ``Ansa'', Refe contou que traficantes colombianos aceitaram
delatar a entrega da droga porque
o cartel de Medellín tinha interesse
em conseguir a soltura de Delgado, considerado o cérebro das
operações financeiras do grupo.
De acordo com Refe, as autoridades italianas teriam cumprido o
acordo. No mesmo ano da apreensão, Delgado foi solto e passou a
viver na Itália, provavelmente em
Florença, sob proteção da polícia.
O caixa de Pablo Escobar também passou a fornecer informações para a polícia e para a Justiça
italianas sobre uma rede de importação de cocaína dominada pela
N'drangheta, a máfia calabresa.
Delgado delatou nomes da rede
encabeçada pela N'drangheta associada às famílias mafiosas Mazzaferro, Morabito, Barbaro, Ierino
e Pesce, cujas operações de entrega
da droga eram intermediadas por
outras duas famílias da máfia
-Cuntrera e Caruana.
Ao investigar os nomes fornecidos por Delgado, a polícia italiana
deparou com dois argentinos envolvidos no tráfico -Jorge Osvaldo de La Salvia e Luís Felipe Ricca.
O fato foi então comunicado ao
Brasil, já que os dois argentinos
eram investigados pela Polícia Federal por suspeita de serem testas-de-ferro de PC Farias.
A apuração das remessas de dinheiro da rede levou então ao nome do empresário alagoano.
(LF)
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