São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2000


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PAINEL


Novo Itamar

Repetindo o que ocorreu no pós-Collor com Itamar Franco, o PSDB está propondo a formação de um governo de coalizão em torno do vice-prefeito Régis de Oliveira (PMN). O PT vê com muitas reservas e tende a não participar, mas poderia dar apoios pontuais na Câmara.

Jogo pesado

Auxiliares do prefeito paulistano Celso Pitta (PTN) espalham que os vereadores governistas estarão dando um "tiro no pé" se aderirem ao movimento pelo impeachment. "Se não souberem defender o prefeito, vai todo mundo junto."

Estoque

Nicéa não tornou público em suas entrevistas à Globo tudo o que diz saber sobre a corrupção paulistana. Há pelo menos mais um secretário de Celso Pitta ainda não citado no escândalo sobre quem a ex-primeira-dama tem denúncias a fazer.

Satisfações

ACM enviou um fax ontem à família Marinho. O senador dizia achar "estranho" o fato de a Globo não tê-lo ouvido antes de levar o "Globo Repórter" com as denúncias de Nicéa ao ar.

Boca grande

Em 96, quando ACM acolheu Gilberto Miranda no PFL para ter a maior bancada e eleger-se presidente da Casa, Jorge Bornhausen (SC), presidente do partido, foi contra e avisou o baiano de que teria problemas com o novo aliado. Dito e feito.

Destampatório

Roberto Requião (PMDB-PR), relator da CPI dos precatórios, investe pesado contra uma nova comissão parlamentar: "Quem agora defende outra CPI quer na verdade parar as investigações em curso no Ministério Público, que estão a um passo de pegar grandes bancos e outros peixes graúdos".

Efeito Nicéa

A bancada do PT na Câmara de Salvador (BA) pediu cópia de todos os contratos firmados pela OAS com o governo carlista de Antônio Imbassahy.


Mão amiga

Pitta está convocado para falar sobre a rolagem da dívida de São Paulo na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Mas a data do depoimento não deve ser marcada já. Para evitar exploração política, segundo alegam senadores. "O Suplicy ia deitar e rolar", dizem.

Estaca zero

A rolagem da dívida de São Paulo era assunto praticamente liquidado pela CAE. A dúvida era se a dívida seria refinanciada em 10 ou 30 anos. Mas o escândalo provocado pelas denúncias de Nicéa pára tudo até que os senadores possam avaliar melhor os desdobramentos.

Repartindo o bolo

Das fontes estudadas para financiar o aumento do salário mínimo, o fundo da pobreza é a única que deve entrar no relatório da comissão da Câmara. A alternativa do Refis, também analisada, é improvável: a adesão dos empresários devedores da União não é animadora.

Tiro n'água

Dos mais de R$ 183 bi de impostos e contribuições devidos à União, o governo esperava a adesão dos devedores para recuperar cerca de R$ 8 bi. Até agora, o programa conseguiu pouco mais de R$ 2 bi. O prazo para a adesão ao programa termina em 31 de março.

Fumaça branca

A indicação de Teresa Grossi para a diretoria de fiscalização do Banco Central chegou ontem à noite ao Senado. ACM e os líderes partidários governistas garantiram ao Planalto que será aprovada sem enfrentar maiores resistências.

Sem piscar

A idéia dos líderes é votar o nome de Teresa Grossi para a fiscalização do BC rapidamente, de preferência ainda nesta semana. "Ela comprovadamente nada teve a ver com a decisão da ajuda dos bancos Marka e FonteCindam", diz o tucano José Roberto Arruda (DF).

TIROTEIO

De Paulo Maluf (PPB), sobre Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, dizer que as denúncias de Nicéa Pitta comprovam que estava correta ao usar o adjetivo "nefasto" para se referir a Maluf:
- Nefasta é dona Marta Suplicy, que obrigou seu marido, o senador Eduardo Suplicy, a procurar a serra da Cantareira, em 86, para encontrar seu eixo.

CONTRAPONTO

Discurso de uma nota só
No Congresso constituinte (1987-1988), o deputado Chico Humberto (PDT-MG) pautou sua atuação pela defesa da criação de um novo Estado na região do Triângulo Mineiro.
Integrante da bancada da esquerda, apoiou os pleitos dos trabalhadores, nacionalização do subsolo e voto aos 16 anos. Mas nunca se descuidava do Triângulo.
Chico era um deputado de uma só bandeira, como era Paulo Paim (PT-RS) com a do salário mínimo, até que Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) a retirasse das mãos do petista.
Humberto agitou tanto que parecia iminente a Câmara aprovar um plebiscito em Minas para decidir a questão. Preocupado, Francelino Pereira (PFL-MG) procurou o deputado:
- Chico, você tem de parar com isso, é melhor para você.
O pedetista ficou surpreso. Afinal, sua pregação parecia estar dando certo.
Explicação de Francelino:
- Se isso passar, você vai falar do que na próxima eleição?


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