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SÃO PAULO
Provas seriam mostradas em depoimento no Ministério Público
Nicéa diz que fará novas denúncias contra Pitta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
Considerada peça-chave na série de
investigações movidas pelo Ministério Público para
apurar denúncias
de irregularidades na administração do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, a ex-primeira-dama Nicéa Pitta foi ouvida ontem por seis
promotores e dois procuradores.
Com colete à prova de balas e
acompanhada por três carros da
polícia, Nicéa começou a depor às
14h05 de ontem. O depoimento
ainda não havia acabado até a
conclusão desta edição.
Na última sexta-feira, Nicéa denunciou esquemas de compra de
voto, desvio de dinheiro público e
corrupção envolvendo o prefeito
e vários políticos.
O depoimento de Nicéa foi
acompanhado por três setores do
Ministério Público: Cidadania
(que investiga improbidade administrativa), Gaeco (que apura a
máfia da propina) e o setor que
apura crimes praticados por prefeitos. Também participaram do
depoimento um representante da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) e um psiquiatra.
Antes de chegar ao Ministério
Público, Nicéa afirmou que iria
fazer novas denúncias contra a
administração Pitta. Ao ser questionada sobre as provas, exibiu
uma pasta transparente.
"Esta pasta é transparente, assim como as minhas denúncias.
Não tenho nada a esconder. As
provas estão aqui em minhas
mãos", afirmou Nicéa em frente
ao prédio onde mora, nos Jardins.
Entre os documentos da pasta,
Nicéa entregou ao Ministério Público uma cópia do boletim de
ocorrência de uma suposta tentativa de intimidação cometida
contra o filho do casal Pitta, Victor, no final de fevereiro.
Outras denúncias
Duas horas antes de prestar depoimento, Nicéa voltou à televisão para fazer outras denúncias.
Novamente ela acusou o secretário do Governo, Carlos Augusto
Meinberg, e o presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB),
de serem os responsáveis pelo recolhimento de propinas dos vereadores.
Nicéa havia dito que os dois pagaram aos vereadores governistas
para impedir o avanço da CPI da
máfia da propina e para barrar o
impeachment de Pitta, movido
em função dos precatórios acumulados quando Pitta era secretário de Finanças de Paulo Maluf.
"Este recolhimento de propina
era regular entre os vereadores,
Meinberg e o presidente da Câmara, sempre existiu", afirmou
Nicéa.
A ex-primeira-dama acusou
ainda o secretário dos Transportes, Getúlio Hanashiro, de pagar
aos vereadores para aprovar o
projeto das marginais.
"Tenho mais denúncias a fazer,
mas antes vou falar com o procurador", disse a ex-primeira-dama.
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