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Ação de improbidade contra
prefeito é adiada por tribunal
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Foi adiado mais uma vez no Tribunal de Justiça de São Paulo um
julgamento em que o prefeito Celso Pitta (PTN) corre o risco de
perder o cargo e os direitos políticos por oito anos.
A decisão poderia ocorrer nesta
quinta-feira, mas a ação não foi
incluída na pauta, publicada ontem no "Diário Oficial" do Tribunal de Justiça.
Com isso, a decisão poderá
ocorrer somente a partir da semana que vem, segundo a assessoria
de imprensa do tribunal.
O julgamento, em primeira instância, envolve um recurso do
prefeito contra uma condenação
da 10ª Vara da Fazenda Pública de
São Paulo em uma ação em que
ele é acusado de improbidade administrativa.
Na ação, Pitta responde pela
acusação de ter usado, em 1997,
dinheiro público para pagar um
anúncio no qual se defende de
acusações da CPI dos Precatórios.
Pitta foi condenado a devolver
R$ 172.915,60 aos cofres públicos
e a pagar multa de R$ 346 mil junto a outros três réus -o então secretário das Finanças, José Antônio de Freitas, o então secretário
de Planejamento, Gilberto Kassab
e o então assessor de imprensa,
Henrique Nunes.
Dois votos
O recurso contra a decisão da
10ª Vara da Fazenda Pública já foi
julgado por dois dos três desembargadores da 4ª Câmara de Direito Público com direito a voto.
No último dia 24, eles mantiveram a condenação de Pitta e dos
outros réus, mas o caso ainda depende do voto de um terceiro desembargador.
Quem decidirá a questão é o desembargador Brenno Marcondes,
que pediu vista para analisar melhor o caso.
Procurado ontem à noite pela
Folha, o desembargador disse
que não podia se manifestar sobre
o processo, mas que o seu voto será dado na quinta-feira da semana que vem.
Chances e Pitta
Se a manifestação do desembargador Marcondes for favorável ao
recurso, Pitta tem a possibilidade
de entrar com um novo recurso e
pedir que outros dois desembargadores votem no processo.
Nesse cenário, Pitta teria a
chance de conseguir três votos favoráveis e dois contrários à condenação.
No entanto, uma vitória de Pitta
teria um contra-ataque do Ministério Público, autor da ação contra o prefeito e os outros réus.
O órgão pode recorrer a instâncias superiores para manter a
condenação decidida pelo 10ª Vara da Fazenda e pelos dois desembargadores que já deram seus votos contrários ao recurso de Pitta.
A mesma situação poderá ocorrer com Pitta, se a condenação for
mantida pelos desembargadores
da 4ª Câmara de Direito Público
do tribunal.
O prefeito de São Paulo poderá
recorrer para ficar no cargo por
meio de uma medida cautelar,
por exemplo.
A assessoria de imprensa do
prefeito Celso Pitta informou ontem que ele não vai se manifestar
sobre o caso até que o terceiro voto do desembargador da 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal
de Justiça seja dado.
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