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MINISTÉRIO PÚBLICO
Dez dias antes do prazo final, governador indica o chefe de gabinete de Marrey para o cargo
Covas apressa nomeação de procurador
da Reportagem Local
O governador Mário Covas
(PSDB) assinou no início da noite
de ontem a nomeação do novo
procurador-geral de Justiça do
Estado de São Paulo. O escolhido
foi José Geraldo Brito Filomeno,
52, 28 de carreira, que havia sido o
mais votado na eleição feita pelo
Ministério Público.
Covas contrariou as expectativas de que usaria integralmente o
prazo de 15 dias que tem, por regra, para a escolha. Nomeou Filomeno cinco dias depois de receber a lista tríplice com os nomes
mais votados na eleição interna
para a Procuradoria.
A decisão coincide com o momento em que o Ministério Público inicia novas investigações sobre as denúncias de corrupção
administrativa na prefeitura paulistana feitas pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta.
Filomeno foi chefe de gabinete
na segunda gestão de Luiz Antonio Marrey na Procuradoria Geral
de Justiça do Estado.
Sua nomeação foi considerada
na instituição como uma vitória
do ex-procurador-geral, que deixou o cargo na última quarta-feira.
Poderes
O novo procurador terá poderes para processar o governador,
prefeitos, parlamentares e administradores públicos. Também
deve zelar pelo patrimômio e
combater a corrupção.
Como nome ligado a Marrey,
que teve dois mandatos, a expectativa entre os membros do Ministério Público é que a política
adotada por José Geraldo Brito
Filomeno seja a de continuidade.
Entre as prioridades do novo
procurador-geral estão dar melhores condições de trabalho a
procuradores e promotores, dotando-os com pelo menos um
computador pessoal e linhas telefônicas.
Filomeno quer que a instituição
deixe de atuar em causas que não
tenham interesse coletivo, como
mandados de segurança para discutir multas de trânsito.
O escolhido também terá que
dedicar especial atenção às reivindicações salariais da categoria. Na
campanha eleitoral para a função,
ele se comprometeu a lutar pela
melhoria dos vencimentos, que
estão entre R$ 3.600, no início da
carreira, e R$ 12,5 mil, no topo. Filomeno já declarou ser contra a
adoção do auxílio-moradia.
Segundo ele, a reforma administrativa já proibiu adicionais e
vantagens desse tipo.
O novo procurador-geral quer
conversar sobre o teto salarial do
funcionalismo com o Executivo e
com o Legislativo.
Filomeno recebe hoje cerca de
R$ 12 mil brutos por mês. Deverá
ter uma gratificação de R$ 800,00
pelo novo cargo. Considera os salários da categoria baixos se colocados diante das responsabilidades do cargo. "Os promotores e
procuradores não podem ter outra atividade, a não ser dar aulas",
afirmou.
O novo procurador dá aulas semanais de Direito do Consumidor, sua espcialidade. Foi um dos
integrantes da comissão que elaborou o Código e criou a promotoria especializada na defesa do
consumidor. tem três livros publicados sobre o assunto
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