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INDESP
Procuradores vão solicitar suspensão de convênios do Indesp com prefeituras
Greca deve sofrer mais duas ações
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O Ministério Público Federal irá
propor hoje à Justiça duas ações
contra o ministro Rafael Greca
(Esporte e Turismo) pedindo a
suspensão de convênios supostamente ilegais firmados pelo Indesp com prefeituras.
As ações atingirão também o
presidente do Indesp (Instituto
Nacional de Desenvolvimento do
Desporto), Augusto Viveiros, e a
coordenadora-geral de convênios
do órgão, Cássia Coutinho.
O ministro será incluído nas
ações sob a acusação de ter falhado na sua tarefa de supervisionar
o Indesp, um dos dois órgãos que
compõem a estrutura do Ministério do Esporte e Turismo. O outro
é a Embratur.
Greca será acusado de ter apoiado a assinatura dos convênios, no
valor de R$ 64 milhões, por manter ligação direta com a administração do Indesp devido à pequena estrutura do ministério.
A Folha procurou ontem o ministro por meio de sua assessoria,
mas, até o fechamento desta edição, Greca não havia falado.
A decisão de propor as ações foi
anunciada pelo procurador Luiz
Francisco de Souza após receber a
visita do presidente do Indesp.
Viveiros não quis comentar sua
proposta para anular convênios.
Segundo o procurador, Viveiros
disse durante a visita que estava
disposto a anular de 51 a 170 dos
618 convênios investigados desde
janeiro passado. "Haverá uma
ação relativa a cada convênio ilegal que não for anulado", disse
Souza.
"Por enquanto, Viveiros fez
apenas promessas vazias e só
anulou um convênio."
A maioria dos convênios atende
emendas ao Orçamento de 99
apresentadas por parlamentares
governistas para a construção de
quadras, ginásios e campos de futebol e ao desenvolvimento de
programas esportivos.
Investigações
Sousa e o procurador da República Guilherme Schelb investigam o Indesp desde maio de 99. Já
processaram Greca sob a acusação de ter permitido favorecimento de empresários de máquinas caça-níqueis e de casas de bingos.
Os procuradores requisitaram a
anulação dos convênios por terem identificado 34 supostas ilegalidades, entre elas a ausência de
escritura dos imóveis destinados
às obras previstas e falta de planilha de custos das obras.
Segundo Souza, Viveiros reconheceu que o Ministério Público
está agindo corretamente, de
acordo com a proposta apresentada para a anulação dos convênios.
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