São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2001

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PAINEL

Retribuição federal
Tucanos ligados a Tasso Jereissati começaram a fazer circular a tese de que Geraldo Alckmin seria uma excelente alternativa para suceder a FHC. O balão de ensaio surgiu logo após o governador cearense, nome de Mário Covas para 2002, ter dito que está fora do páreo.

Barreira paulista
O lançamento de Alckmin seria uma maneira de tentar zerar o jogo, hoje francamente favorável a José Serra (Saúde). Tasso avalia que a sua candidatura ainda pode ressurgir das cinzas. Dificuldade: Alckmin está acertado com o ministro em SP.

Sem açodamento
A alternativa Alckmin também foi comentada em conversas reservadas no Planalto. Avalia-se, no primeiro escalão do governo, que a consolidação da candidatura Serra está ocorrendo muito antes do tempo. O que não seria bom para o PSDB.

Velhos amigos
A base parlamentar carlista deu uma prova de que está, novamente, de bem com o governo FHC. Compareceu em peso à posse de José Jorge (Minas e Energia) e Roberto Brant (Previdência). E foi muito bem recebida pelos líderes governistas.

Pacto esvaziado
Senadores do PMDB vão endurecer com o PSDB em represália aos gestos de boa vontade para com ACM. O acordo que previa um tucano na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos não deve vingar.

Conta elevada
O PMDB já definiu o preço que irá cobrar de FHC, após a nomeação de Brant, amigo de ACM, para a Previdência: a liderança do governo no Senado. Além, é claro, do apoio irrestrito a Jader no caso Banpará.

Espelho no rival
Depois que Itamar Franco voltou ao PMDB, o PFL decidiu colocar Roseana Sarney e Jaime Lerner em campanha. Se um dos dois decolar, o partido terá um belo trunfo na manga para negociar um lugar de destaque na aliança governista em 2002.

Chama alta
José Gregori (Justiça) continua na frigideira. Interlocutores de FHC reclamam da forma confusa como o ministro conduz o caso do dossiê Caribe.


Festa adiada
Geraldo Alckmin vai ter de adiar novamente a inauguração do primeiro trecho do Rodoanel, prevista para outubro. As obras devem ficar prontas apenas no início de 2002, segundo técnicos do Dersa, e dependem de um aditivo financeiro.

Alvo fácil
Reconduzido à liderança do PFL após se recompor com FHC, Inocêncio Oliveira virou motivo de piada na oposição: "Vai ter de encomendar asas para cumprir sua promessa. Só voando para entrar no Palácio do Planalto sem pisar lá", ironiza Ricardo Berzoini (PT).

Razões do pijama
Inocêncio Oliveira espalha que vai deixar a política por pressão familiar. Mas diz a amigos que não tem voto para disputar eleições majoritárias nem motivação para continuar na Câmara, onde perdeu muito espaço.

Imagem preservada
A Fundação Mário Covas será criada no dia 21 de abril, data do aniversário do governador, por amigos e correligionários, entre eles Osvaldo Martins, secretário de Comunicação. Além de reunir um acervo de discursos, cartas e imagens de Covas, a fundação vai estimular e premiar atividades comunitárias.

Visita à Folha
Edemar Cid Ferreira, presidente da Associação Brasil+500, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Pedro Paulo de Sena Madureira, vice-presidente da entidade.

TIROTEIO

Do senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), ex-ministro da Previdência, sobre as pressões que sofria para nomear apadrinhados de políticos no ministério:
- Havia pressão de parlamentares, mas eu não cedi. Se houver mudanças nessa linha que mostrem cessão a pressões, vou botar a boca no trombone. Até porque trombone agora está na moda.

CONTRAPONTO

Carteirada na eleição

A eleição para a presidência da Assembléia de Santa Catarina foi equilibrada. O governador Esperidião Amin (PPB) conseguiu, no primeiro turno, o apoio de 20 deputados estaduais para o seu candidato: Onofre Agostini (PFL). Os outros 20 votaram em Jorginho Mello (PSDB), candidato da oposição.
Um novo empate no segundo turno daria a vitória a Agostini, por ser ele o candidato mais velho, primeiro critério de desempate. Os oposicionistas resolveram, então, abandonar a votação, pois, para a eleição ter validade, seria necessária a presença de 21 deputados. Só os governistas ficaram no plenário.
Como Ronaldo Benedetti (PMDB) voltou ao plenário, pois havia esquecido a carteira, sua presença foi registrada. Com isso, Agostini foi eleito por 20 votos e uma abstenção. Benedetti deixou o plenário xingando, sob aplauso dos governistas.


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