São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2001

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PFL mantém Inocêncio como líder na Câmara para evitar desgaste

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL manteve ontem o deputado Inocêncio Oliveira (PE) na função de líder na Câmara como única opção para evitar mais desgaste político para o partido e tentar demonstrar unidade interna. Depois da interferência do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), os deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Heráclito Fortes (PFL-PI) desistiram de concorrer e apoiaram Inocêncio.
Heráclito deverá ser compensado mais adiante com a possível saída de um dos líderes do governo. As três lideranças (Congresso, Senado e Câmara) são do PSDB.
A alternativa em negociação é a substituição de Arnaldo Madeira (PSDB-SP), líder do governo na Câmara, que poderá ir para a presidência do partido, em maio, ou para o Ministério de Ciência e Tecnologia.
"O cargo de líder está à disposição do presidente", disse Madeira. Diz, no entanto, que não disputa a presidência do PSDB. "Eu gosto do trabalho no Congresso." Madeira não confirma que possa ocupar um ministério.
Heráclito, no entanto, não esconde a pretensão de ocupar o cargo de Madeira. Ontem, no plenário, a Folha presenciou Heráclito dizendo ao deputado Wellington Dias (PT-PI) que pretendia manter diálogo com ele na liderança. Apesar da opção governista, houve críticas a FHC na reunião da bancada do PFL. O deputado Affonso Camargo (PR) disse que vai manter independência e que o partido deve continuar denunciando as irregularidades de que tiver conhecimento.
O deputado estava usando um broche no formato de trombone. "O senador Antonio Carlos Magalhães não é um trombone isolado. O PFL não é do A, do B ou do C, mas sim o PFL do T, de trombone", disse Camargo.
O deputado afirmou que o partido cresceu na opinião pública quando passou a denunciar supostas irregularidades no governo. Na sexta-feira passada, FHC afirmou que ACM era um trombone isolado na orquestra.
Inocêncio reafirmou a disposição de não "pisar" no Palácio do Planalto. Em janeiro, irritado com a falta de apoio de FHC a sua candidatura à presidência da Câmara, disse que não iria mais ao palácio, dando a entender que não negociaria mais com o governo. Na quinta-feira, Inocêncio se encontrou com FHC no Alvorada.
O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, afirmou no início da noite de ontem que FHC considera "indispensável para o governo" a ação de Madeira como líder do governo na Câmara.


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