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PFL mantém Inocêncio como líder na Câmara para evitar desgaste
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL manteve ontem o deputado Inocêncio Oliveira (PE) na
função de líder na Câmara como
única opção para evitar mais desgaste político para o partido e tentar demonstrar unidade interna.
Depois da interferência do senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), os deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Heráclito
Fortes (PFL-PI) desistiram de
concorrer e apoiaram Inocêncio.
Heráclito deverá ser compensado mais adiante com a possível
saída de um dos líderes do governo. As três lideranças (Congresso,
Senado e Câmara) são do PSDB.
A alternativa em negociação é a
substituição de Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), líder do governo na
Câmara, que poderá ir para a presidência do partido, em maio, ou
para o Ministério de Ciência e
Tecnologia.
"O cargo de líder está à disposição do presidente", disse Madeira. Diz, no entanto, que não disputa a presidência do PSDB. "Eu
gosto do trabalho no Congresso."
Madeira não confirma que possa
ocupar um ministério.
Heráclito, no entanto, não esconde a pretensão de ocupar o
cargo de Madeira. Ontem, no plenário, a Folha presenciou Heráclito dizendo ao deputado Wellington Dias (PT-PI) que pretendia manter diálogo com ele na liderança. Apesar da opção governista, houve críticas a FHC na reunião da bancada do PFL. O deputado Affonso Camargo (PR) disse
que vai manter independência e
que o partido deve continuar denunciando as irregularidades de
que tiver conhecimento.
O deputado estava usando um
broche no formato de trombone.
"O senador Antonio Carlos Magalhães não é um trombone isolado. O PFL não é do A, do B ou do
C, mas sim o PFL do T, de trombone", disse Camargo.
O deputado afirmou que o partido cresceu na opinião pública
quando passou a denunciar supostas irregularidades no governo. Na sexta-feira passada, FHC
afirmou que ACM era um trombone isolado na orquestra.
Inocêncio reafirmou a disposição de não "pisar" no Palácio do
Planalto. Em janeiro, irritado com
a falta de apoio de FHC a sua candidatura à presidência da Câmara, disse que não iria mais ao palácio, dando a entender que não negociaria mais com o governo. Na
quinta-feira, Inocêncio se encontrou com FHC no Alvorada.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, afirmou no
início da noite de ontem que FHC
considera "indispensável para o
governo" a ação de Madeira como
líder do governo na Câmara.
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