São Paulo, quinta-feira, 14 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

Contra o Maranhão

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Boris Casoy reproduziu o pronunciamento de Roseana Sarney aos maranhenses, na TV local. Um trecho:
- Não vou permitir a calúnia e a difamação contra mim e contra o Maranhão. Por isso comandei meu partido no afastamento do governo federal.
Mais do que a declaração de comandar o PFL, que traz o eco da intervenção do peemedebista José Sarney, chamou a atenção a primeira afirmação.
A denúncia de ações contra si mesma como sendo "contra o Maranhão" é própria de quem se confunde com o Estado.
 
Jorge Bornhausen tentava ontem se acomodar ao figurino do Lula de 89, 94, 98, bradando contra "as pesquisas".
Disse à TV que José Serra subiu depressa demais. E que o Bank of America não tinha nada que encomendar uma pesquisa ao Ibope -e depois passar ao Jornal Nacional.
Pelo sim, pelo não, a Globo passou a tratar com igual exposição em seus telejornais, inclusive o JN, os levantamentos do Ibope e do Datafolha.
Além das pesquisas, o presidente do PFL reclamou como Lula do "massacre" da TV -o novo mote dos pefelistas.
Como esperado, ele disse que acredita que Roseana se recupere, que acredita na candidata quando ela declara que não sabia de nada, que aceita até as "desculpas" do marido.
Por enquanto, Roseana segue candidata -até porque as primeiras reações a nomes alternativos como Ciro Gomes não foram das melhores.
É o caso de um líder do PPS, que foi à CBN dizer que não faz aliança com o PFL "e ponto".
 
O presidente do PFL exigiu a investigação dos vazamentos, ameaçou barrar a CPMF, apontou "manobras políticas" etc. Mas não fechou portas.
Ele "isentou" FHC e até Serra das ações "arbitrárias". Concentrou-se no ministro da Justiça e em sua Polícia Federal.
 
A imagem do dinheiro, do R$ 1,34 milhão, tornou-se obsessão até para a Polícia Federal.
Esta já não se preocupa tanto em explicar a operação, a ordem da Justiça. O que se esforça é por afirmar que não tem nada a ver com as tais fotos.
A "primeira aparição" das fotos, diz o órgão, "ocorreu na noite do dia 7/3 (quinta-feira), em noticiários televisivos, quando já estavam em poder do Ministério Público Federal de Palmas, que assumiu a responsabilidade pela sua divulgação".
Para quem não se lembra, o noticiário televisivo do dia 7, quinta-feira, foi o JN que selou o destino de Roseana.


Texto Anterior: Governo: Martus vai para o BID e deixa Planejamento
Próximo Texto: Rio: Filho de juíza é alvo de atentado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.