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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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ESTADUAL

Acordo com PT, que elegeu maior bancada, mantém cargo com tucanos

PSDB vai presidir Assembléia em SP

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um acordo fechado entre o PSDB e o PT deve manter com os tucanos a presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo, mesmo sem o partido possuir a maioria na Casa. Tradicionalmente, a presidência do Legislativo paulista fica com a legenda que tem a maior bancada. Nas eleições de 2002, o PT foi o partido que elegeu o maior número de deputados: foram 23 parlamentares petistas, contra 18 tucanos.
A eleição, da qual participam todos os 94 parlamentares eleitos para o mandato que se inicia neste ano, ocorrerá no próximo sábado, logo após a posse dos deputados.
O acordo entre o PT e o PSDB levou em consideração dois pontos principais. O primeiro tem relação com a eleição deste ano para a Câmara dos Deputados, quando o PT indicou João Paulo Cunha para a presidência da Casa com o apoio dos tucanos no Congresso.
O outro fator diz respeito à composição das forças políticas da Assembléia, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem o apoio da maioria dos partidos.

Duas candidaturas
A avaliação dos próprios petistas é que, se insistisse em ficar com a presidência, a legenda dificilmente conseguiria eleger alguém para o cargo, cujo mandato é de dois anos. A falta de acordo poderia levar ao lançamento de candidaturas pelos dois partidos.
Para os deputados do PT, isso beneficiaria o PSDB, que possui mais aliados na Casa. Sem o acordo, o PT poderia ficar ainda sem cargos da Mesa da Assembléia.
"Estávamos abertos ao entendimento. Era um fato visível que o sentimento majoritário na Assembléia era o de a presidência ficar com o PSDB. Poderíamos lançar candidato e perder, ou fazer a composição", disse o líder do PT, deputado Carlinhos Almeida.
A permanência da primeira secretaria com o PT também foi decidida pelo acordo entre tucanos e petistas. Ela deve ser ocupada pelo deputado Emídio de Souza. O partido também ficará com mais um dos sete cargos da Mesa.

Legitimidade
Desde 1995, quando o PSDB assumiu o governo do Estado, os tucanos mantêm a presidência da Assembléia em São Paulo.
Segundo Sidney Beraldo, que foi líder do partido na Casa e que será indicado para a presidência da Assembléia, o fato de o PT ter a maior bancada e de não eleger o presidente não diminui a legitimidade de sua indicação.
"Houve a compreensão do PT. O que pesou mais foi a necessidade de termos governabilidade. É importante que continuemos com a presidência, e o PT com a primeira secretaria. É um modelo que deu certo", disse Beraldo.


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