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ESTADUAL
Acordo com PT, que elegeu maior bancada, mantém cargo com tucanos
PSDB vai presidir Assembléia em SP
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um acordo fechado entre o
PSDB e o PT deve manter com os
tucanos a presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo,
mesmo sem o partido possuir a
maioria na Casa. Tradicionalmente, a presidência do Legislativo paulista fica com a legenda que
tem a maior bancada. Nas eleições de 2002, o PT foi o partido
que elegeu o maior número de deputados: foram 23 parlamentares
petistas, contra 18 tucanos.
A eleição, da qual participam todos os 94 parlamentares eleitos
para o mandato que se inicia neste
ano, ocorrerá no próximo sábado,
logo após a posse dos deputados.
O acordo entre o PT e o PSDB
levou em consideração dois pontos principais. O primeiro tem relação com a eleição deste ano para
a Câmara dos Deputados, quando
o PT indicou João Paulo Cunha
para a presidência da Casa com o
apoio dos tucanos no Congresso.
O outro fator diz respeito à
composição das forças políticas
da Assembléia, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem
o apoio da maioria dos partidos.
Duas candidaturas
A avaliação dos próprios petistas é que, se insistisse em ficar
com a presidência, a legenda dificilmente conseguiria eleger alguém para o cargo, cujo mandato
é de dois anos. A falta de acordo
poderia levar ao lançamento de
candidaturas pelos dois partidos.
Para os deputados do PT, isso
beneficiaria o PSDB, que possui
mais aliados na Casa. Sem o acordo, o PT poderia ficar ainda sem
cargos da Mesa da Assembléia.
"Estávamos abertos ao entendimento. Era um fato visível que o
sentimento majoritário na Assembléia era o de a presidência ficar com o PSDB. Poderíamos lançar candidato e perder, ou fazer a
composição", disse o líder do PT,
deputado Carlinhos Almeida.
A permanência da primeira secretaria com o PT também foi decidida pelo acordo entre tucanos e
petistas. Ela deve ser ocupada pelo deputado Emídio de Souza. O
partido também ficará com mais
um dos sete cargos da Mesa.
Legitimidade
Desde 1995, quando o PSDB assumiu o governo do Estado, os tucanos mantêm a presidência da
Assembléia em São Paulo.
Segundo Sidney Beraldo, que
foi líder do partido na Casa e que
será indicado para a presidência
da Assembléia, o fato de o PT ter a
maior bancada e de não eleger o
presidente não diminui a legitimidade de sua indicação.
"Houve a compreensão do PT.
O que pesou mais foi a necessidade de termos governabilidade. É
importante que continuemos
com a presidência, e o PT com a
primeira secretaria. É um modelo
que deu certo", disse Beraldo.
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