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Assembléia de RO economiza R$ 880 mil após escândalo
Ex-presidente da Casa nega existência de fantasmas
JOSÉ MASCHIO
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
Um levantamento feito pela
Assembléia Legislativa de Rondônia mostrou que há ao menos 66 funcionários que não
trabalham, mas ganham salários de até R$ 8.800. A presidência da Casa já ordenou o
bloqueio de salários e fez também outros cortes, o que culminou em uma economia de R$
880 mil -o gasto total com pessoal é de R$ 3,5 milhões.
Funcionários "fantasmas" da
Assembléia eram justamente o
principal mecanismo usado pelo esquema que foi desbaratado
em uma operação da Polícia
Federal em agosto do ano passado e que teria desviado cerca
de R$ 70 milhões do erário.
Os funcionários que tiveram
seus pagamentos bloqueados
são de legislaturas passadas. O
presidente da Assembléia na
época da operação da PF, Carlão de Oliveira (PSL), negou a
irregularidade. "Na minha época, todo mundo trabalhava."
Ele chegou a ser preso sob a
acusação de comandar o esquema -o que Carlão nega.
Na atual lista dos que deixaram de ganhar salários está
Ellen Ruth (PP), que era deputada na última legislatura e foi
investigada pela PF por participação nos desvios. Segundo a
PF, ele era uma das líderes das
fraudes. Antes de ser parlamentar, trabalhava na Casa
-daí a origem de seus ganhos.
Ela não se reelegeu.
Outros três funcionários suspeitos de participação na máfia
na última legislatura também
constam desse relação. Alexandre Badra, José Ailton Magalhães e Saudêmia Seleri ajudaram, segundo a PF, a efetuar os
desvios. A Folha não conseguiu
localizá-los. Seus advogados
não foram encontrados.
A maior parte dos funcionários que tiveram os salários
suspensos apresentou exames
médicos para justificar ausências. Outros moram no interior
de Rondônia e há ao menos
uma funcionária que mora no
Ceará. Eles poderão recorrer
da suspensão.
No total, a folha de pagamentos da Casa entre janeiro e fevereiro ficou R$ 2,8 milhões
mais barata. O novo presidente
da Assembléia do Estado, Neodi Carlos de Oliveira (PSDC),
disse que a economia se deve
também a "ajustes em comissões e cotas dos deputados".
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