São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Assembléia de RO economiza R$ 880 mil após escândalo

Ex-presidente da Casa nega existência de fantasmas

JOSÉ MASCHIO
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

Um levantamento feito pela Assembléia Legislativa de Rondônia mostrou que há ao menos 66 funcionários que não trabalham, mas ganham salários de até R$ 8.800. A presidência da Casa já ordenou o bloqueio de salários e fez também outros cortes, o que culminou em uma economia de R$ 880 mil -o gasto total com pessoal é de R$ 3,5 milhões.
Funcionários "fantasmas" da Assembléia eram justamente o principal mecanismo usado pelo esquema que foi desbaratado em uma operação da Polícia Federal em agosto do ano passado e que teria desviado cerca de R$ 70 milhões do erário.
Os funcionários que tiveram seus pagamentos bloqueados são de legislaturas passadas. O presidente da Assembléia na época da operação da PF, Carlão de Oliveira (PSL), negou a irregularidade. "Na minha época, todo mundo trabalhava."
Ele chegou a ser preso sob a acusação de comandar o esquema -o que Carlão nega.
Na atual lista dos que deixaram de ganhar salários está Ellen Ruth (PP), que era deputada na última legislatura e foi investigada pela PF por participação nos desvios. Segundo a PF, ele era uma das líderes das fraudes. Antes de ser parlamentar, trabalhava na Casa -daí a origem de seus ganhos. Ela não se reelegeu.
Outros três funcionários suspeitos de participação na máfia na última legislatura também constam desse relação. Alexandre Badra, José Ailton Magalhães e Saudêmia Seleri ajudaram, segundo a PF, a efetuar os desvios. A Folha não conseguiu localizá-los. Seus advogados não foram encontrados.
A maior parte dos funcionários que tiveram os salários suspensos apresentou exames médicos para justificar ausências. Outros moram no interior de Rondônia e há ao menos uma funcionária que mora no Ceará. Eles poderão recorrer da suspensão.
No total, a folha de pagamentos da Casa entre janeiro e fevereiro ficou R$ 2,8 milhões mais barata. O novo presidente da Assembléia do Estado, Neodi Carlos de Oliveira (PSDC), disse que a economia se deve também a "ajustes em comissões e cotas dos deputados".


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