São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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Meinberg depõe hoje na polícia

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local


O secretário do Governo do município de São Paulo, Carlos Augusto Meinberg, vai ser ouvido hoje pela polícia sobre seu suposto envolvimento em um esquema para a compra e venda de votos na Câmara Municipal.
Meinberg, considerado homem forte do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, foi acusado pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta de intermediar o pagamento de propina aos vereadores que deveriam votar a favor do prefeito.
O secretário foi intimado ontem, no Palácio das Indústrias, por dois investigadores do Dird (Departamento de Identificação e Registros Diversos). O depoimento será hoje às 14h.
Pela primeira vez, Meinberg será ouvido oficialmente sobre as supostas listas de propina com a relação de 43 dos 55 vereadores paulistanos que teriam recebido propina. Essas listas chegaram de forma anônima ao Ministério Público Estadual.
Segundo denúncia, as relações foram extraídas de um computador que Meinberg utilizava em seu gabinete, na prefeitura.
No dia 31 de março, com um mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça, o Ministério Público apreendeu 15 computadores, 124 disquetes e documentos escritos que estavam na casa e no gabinete do secretário.
Os equipamentos eletrônicos ainda estão sendo analisados por peritos do IC (Instituto de Criminalística) e a previsão é que o laudo final seja entregue à polícia até o final deste mês.
As supostas listas não foram encontradas entre os documentos do secretário que foram apreendidos pelos agentes.
O delegado responsável pelo inquérito criminal, Romeu Tuma Júnior, afirmou ontem que o caso está sob segredo de Justiça e não pode se manifestar.
O secretário já havia negado à reportagem envolvimento com esquema de venda de votos e informou que as acusações de Nicéa são falsas.
O secretário da Comunicação Social, Antenor Braido, informou ontem que Meinberg vai comparecer à delegacia. "Se ele foi intimado, lógico que ele vai", disse.

Domésticas
Duas empregadas domésticas do prefeito Celso Pitta, ouvidas ontem em um outro inquérito policial que apura a participação de Pitta na suposta compra de votos, disseram que desconheciam reuniões do prefeito com vereadores em sua casa.
Elas foram citadas pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta como testemunhas que poderiam confirmar as reuniões que supostamente o prefeito Pitta mantinha em sua casa com vereadores, para acerto de propina.


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