DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Apesar do acesso ruim, sinalização inadequada e ausência de placas explicativas, o Parque Estadual de Canudos conserva praticamente inalterados todos os cenários da época dos combates.
Localizado a menos de cinco quilômetros do município, o parque ainda conserva os tipos de vegetação descritos por Euclides da Cunha em seu livro clássico, "Os Sertões". Para chegar ao principais cenários dos conflitos, o visitante precisa de muita paciência -há muitos buracos praticamente em todo o percurso.
O esforço, no entanto, é recompensado. Do ponto mais elevado do parque, pode-se avistar o local exato da antiga Canudos que foi completamente destruída pelos militares no século 19.
No mesmo local existem as trincheiras utilizadas pelos seguidores de Antonio Conselheiro para surpreender os militares.

Oásis
Por outro lado, em meio à seca que assola o sertão baiano, existe um verdadeiro oásis em Canudos -um projeto criado há 27 anos pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas).
Os técnicos do Dnocs utilizaram a gravidade para transportar por 36 quilômetros a água que irriga uma área de 1.050 hectares, onde são cultivados o coco, a banana, o pimentão, a alface e o coentro.
No total, 172 famílias são beneficiadas pelo projeto. "Aqui, nós encontramos uma alternativa viável para garantir o emprego no campo", disse Jailton Alves, 37, presidente da Cooperativa dos irrigantes do Vaza Barris. No ano passado, a empresa faturou cerca de R$ 6 milhões.
Para se associar à cooperativa, o agricultor precisa ter um terreno na área do perímetro irrigado e pagar, em média, R$ 50 por mês pelo uso da água. "O projeto tem capacidade para beneficiar mais de 5.000 hectares, mas até agora pouca coisa saiu do papel", disse o pesquisador Luiz Neiva.
Segundo Jailton Alves, a cooperativa gera quase mil empregos diretos. "Além dos familiares dos agricultores, nós também utilizamos os serviços das pessoas que trabalham com máquinas e insumos", explicou.


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