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BIOGRAFIA
Regime militar incentivou o "rei das mulatas"
DA REPORTAGEM LOCAL
Filho de um poeta que abandonou sua mãe quando ele tinha dois anos, Oswaldo Sargentelli começou a carreira no
rádio, em 1948, e depois partiu
para a TV, apresentando programas de sucesso, como "Pingo nos iis", "Advogado do Diabo" e "Em Poucas Palavras".
Além do consagrado "Vox
Populi", da Cultura, outra atração famosa que comandou foi
"O Preto no Branco", de 57 a
64. Polêmico, convidava "comunistas, integralistas e tudo
que é gente", em suas palavras.
Com perguntas políticas, acabou sendo censurado e proibido de trabalhar na TV e na imprensa no regime militar.
Sem opção para continuar a
carreira, teve a idéia que transformaria sua vida: produzir
shows de samba com mulatas.
Começou no Rio, avançou para
São Paulo e depois ganhou
muito dinheiro levando suas
dançarinas para o exterior.
Já consagrado como produtor de shows, em 1969 abriu
uma casa noturna em Copacabana, o Sambão. No ano seguinte, ampliou os negócios
com a inauguração do Sucata e,
em 73, do Oba-Oba, que ganhou uma filial na avenida
Paulista, em São Paulo.
No auge do sucesso, quando
chegou a ter 40 mulheres contratadas, foi acusado de racismo e de facilitar a prostituição.
Sempre negou tudo e as acusações nunca foram comprovadas. Fazia questão de mostrar
um ótimo relacionamento com
as dançarinas que contratava.
Adorava falar bem das mulatas, "as mulheres que sabem
sambar de verdade".
A primeira mulata que contratou, "por apenas 20 contos",
foi Clementina de Jesus. A atriz
Solange Couto, da novela "O
Clone", começou a trabalhar
com ele aos 17 anos e foi uma
de suas preferidas. "Era uma
mulher linda de morrer", dizia.
Sempre gostou de ser rotulado como mulherengo e não ligava para apelidos como o de
"rei das mulatas".
Figura importante no Carnaval carioca, Sargentelli não chegou a realizar o sonho de desfilar na Portela, a sua escola.
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