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Incra desapropria 22 fazendas na BA
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Cinco dias após 12 mil agricultores ligados ao Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra
terem deixado a fazenda de uma
multinacional no sul do Estado, o
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)
anunciou ontem que 22 fazendas,
situadas em 17 municípios, foram
desapropriadas na Bahia.
Segundo o Incra, não existe relação entre as desapropriações de
ontem e as invasões ocorridas na
semana passada na Bahia. Mas o
líder do MST baiano, Valmir Assunção, disse que ficou satisfeito
com a ação do Incra. "As desapropriações anunciadas pelo Incra
revelam que o governo não está
imune às nossas reivindicações."
De acordo com o órgão, 1.383
famílias (cerca de 5.200 pessoas)
serão beneficiadas pela medida.
Do total, 21 propriedades vão
abrigar os sem-terra ligados ao
MST. Apenas uma, localizada em
Ilhéus (429 km ao sul de Salvador), será destinada ao MLT (Movimento de Luta pela Terra), grupo que teve sua origem dentro do
núcleo diretivo do MST baiano.
Na madrugada do último dia 5,
o MST invadiu uma propriedade
da Veracel Celulose, em Porto Seguro (BA), onde a multinacional
de capital brasileiro e norueguês
planta eucaliptos. Até a saída da
propriedade, no dia 8, os agricultores destruíram cerca de 21 mil
pés de eucaliptos, segundo a empresa. A Veracel está investindo
US$ 1,25 bilhão na construção de
uma fábrica de celulose na Bahia.
A saída ocorreu depois de reunião entre Incra, MST e governo
da Bahia. No encontro, ficou definido que o Incra aceleraria a desapropriação de seis fazendas já vistoriadas e criaria um posto avançado no sul da Bahia para vistoriar as fazendas. O escritório começou a funcionar na manhã de
ontem, em Itamaraju (BA).
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