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AGENDA NEGATIVA
Representantes de policiais nos Estados criticam proposta; ministro ameaça descontar os dias parados
PF rejeita aumento e decide manter greve
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comando de greve da Polícia
Federal decidiu ontem, após realizar assembléias em Brasília, recusar a proposta de aumento de 17%
para agentes, escrivães e papiloscopistas e continuar com a paralisação iniciada em 9 de março.
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) afirmou que, se os
grevistas não encerrassem hoje o
movimento, às 18h, o governo federal retiraria a proposta e as negociações acabariam. O governo
também vai começar a descontar
os dias parados dos grevistas.
Os manifestantes apenas aguardam a formalização da decisão,
que será tomada após as assembléias de todos os Estados. Mas,
em consulta feita pelo comando
de greve ontem, os representantes
de sindicatos reunidos em Brasília
afirmaram que eram contra a
proposta do governo.
Até o início da noite, o Distrito
Federal e sete Estados -Ceará,
Piauí, Alagoas, Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, São Paulo e Rio
Grande do Sul- haviam decidido que continuariam a greve. A
categoria afirma que deveria receber vencimentos de nível superior, mas ganham salários de nível
médio. Isso desrespeita, segundo
os grevistas, uma lei de 1996.
O Ministério da Justiça ofereceu
reajuste linear de 17%, a liberação
de R$ 60 milhões para o custeio de
diárias das operações dos policiais, a discussão de um projeto
para a reformulação da carreira e
a contratação de pessoal. O governo afirma que o pedido dos grevistas é inconstitucional e que o
aumento custaria R$ 600 milhões.
Segundo Francisco Garisto, presidente da Fenapef (Federação
Nacional de Policiais Federais), o
problema está no vencimento básico da categoria. O valor é utilizado para o cálculo do salário.
O vencimento básico é de R$
367, mas querem chegar a R$ 554,
igual ao que ganham delegados e
peritos. Sobre esse valor, incidem
oito gratificações para a categoria,
sendo três delas de 200% cada
uma. Na conta final, os delegados
ganham R$ 7.800 e os agentes R$
4.200 (salários iniciais).
Receita
Os auditores da Receita Federal
recusaram a nova proposta do governo, que ofereceu aumento de
30% em gratificações para quem
está na ativa e de 8% para os aposentados. Eles querem a paridade
entre os dois. Por não ter aceitado
a proposta, os auditores, a exemplo do que fizeram os policiais federais, ameaçam fazer operação
padrão nos aeroportos. São os auditores que fiscalizam as mercadorias que entram no país. Ontem
à noite eles iriam decidir quando a
operação padrão começaria.
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