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BRASIL PROFUNDO
Nomes foram entregues ao governador
Garimpeiros elaboram lista de 17 desaparecidos em chacina em RO
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sindicato dos Garimpeiros de
Espigão d'Oeste (534 km de Porto
Velho) entregou ao governador
de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB),
uma lista com 17 nomes de garimpeiros desaparecidos desde a última quarta-feira, quando índios
da etnia cinta-larga atacaram cerca de 60 garimpeiros numa área
de extração ilegal de diamante na
terra indígena Roosevelt.
O governador tinha agendado,
para a noite de ontem, uma audiência com o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, na qual
pediria apoio federal para impedir novas mortes na reserva.
A Funai em Brasília recebeu informação de que 15 ou 20 garimpeiros fizeram uma incursão na
terra indígena depois da chacina.
O órgão teme que ações do gênero
dêem margem a novos conflitos.
Corpos
O garimpeiro João Bernardo
dos Santos, 52, o "Paraíba", disse
ter visto, por volta das 9h de ontem, nove corpos de colegas espalhados ao longo de uma trilha no
interior da terra indígena. Até ontem, três corpos haviam sido resgatados da reserva num helicóptero da PF (Polícia Federal).
Santos informou a descoberta
ao sindicato dos garimpeiros e se
dispôs a colaborar com a PF, hoje,
para o resgate dos corpos. Por telefone, Santos reafirmou à Folha
que os corpos estavam em avançado estado de decomposição, jogados numa picada na mata a cerca de 35 km do rio Roosevelt.
"Não consegui reconhecer [os
garimpeiros]. Estava um cheiro
muito forte e não deu para chegar
muito perto", contou Santos.
O garimpeiro estava acompanhado de outros três colegas. Segundo ele, o grupo havia se perdido na mata depois do conflito.
Da lista dos 17 desaparecidos,
um já foi dado como morto pela
polícia, o garimpeiro Francisco
Chagas, que teve o corpo reconhecido por familiares.
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