São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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Tucano recita "Parabéns a Você"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para marcar os dois meses da divulgação do caso Waldomiro Diniz, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), chegou a recitar da tribuna uma versão própria da música "Parabéns a você", com a seguinte letra: "Parabéns a Waldomiro/ Nesta data não-feliz/ Muitas infelicidades/ Para esta nação vilipendiada/ Onde desempregados/ Ateiam fogo às vestes/ E onde corruptos/ Não vão para a cadeia".
O tucano se referia a José Antonio Andrade de Souza, desempregado que ateou fogo ao próprio corpo ontem em frente ao Palácio do Planalto. O líder afirmou que, por causa do drama desse homem, preferiu não cantar sua versão de "Parabéns a você" da tribuna, mas apenas recitar.
Para Virgílio, o dia 13 de abril marcou "o aniversário de dois meses da impunidade" do ex-assessor do Palácio do Planalto e do que existe "em torno dele".
"O governo que veio moralizar esta República convive muito à vontade com a impunidade e seus exemplos nefandos. Waldomiro Diniz passeava sua impunidade pela CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, com um habeas corpus no bolso, e portava-se como se portam os meliantes, com o único objetivo de ficar fora da cadeia", disse Virgílio.
O depoimento de Waldomiro Diniz ontem no Rio também foi tratado pelo líder do PFL, José Agripino (RN). Ele considerou "curioso" o fato de o ex-assessor ter dito que comunicara ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que vinha sendo chantageado por pessoas ligadas ao empresário de jogos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O objeto da chantagem seria a fita em que o ex-assessor do Planalto aparece pedindo propina a Cachoeira.
"O curioso é que Waldomiro sustentou que comunicara essa chantagem a ministros, entre eles o da Justiça. No momento em que o assunto chegou ao ministro, o governo deveria ter se preocupado. Mas o que vimos? Vimos Waldomiro pedir dinheiro ao Carlos Cachoeira", disse Agripino.


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