São Paulo, terça, 14 de abril de 1998

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Painel

Perda eleitoral
A cúpula tucana está preocupada com o agravamento da doença de Serjão. Na melhor das hipóteses, tucanos dizem ter esperança de que ele sairá do hospital, mas devendo ficar fora da eleição, na qual exerceria papel fundamental, para se recuperar.


Rigor absoluto

Médicos de Serjão foram categóricos com a família do ministro. Se ele sair do hospital, deverá cuidar somente da saúde. Um deles lembrou que o ministro tinha recomendação médica expressa para não participar de solenidades públicas recentes.


Já de olho na volta

Eduardo Jorge articulou sua substituição na Secretaria Geral por Eduardo Graeff para que, do comando da campanha de FHC, continue a mandar no varejo político do governo. Graeff tratará da burocracia, auxiliando Clóvis Carvalho (Casa Civil).


Pena de ouro

Eduardo Graeff, assessor parlamentar do Planalto que substitui Eduardo Jorge na Secretaria Geral, é o ghost-writer preferido de FHC. Ele escreve artigos e mensagens presidenciais que saem sem retoque do chefe.


Muito gogó...

O secretário-executivo da Fazenda, Pedro Parente, derrubou José Roberto Mendonça de Barros do cargo. Reclamava com Malan (Fazenda) da suposta falta de operacionalidade e do excesso de discurso do ex-secretário de Política Econômica.


...e pouca ação

Depois que Malan cedeu a Parente e deixou de apoiar José Roberto Mendonça de Barros, Clóvis Carvalho segurou o economista no governo. Ele foi para a Câmara de Comércio Exterior, sob as asas da Casa Civil.


Não influiu em nada...
Pesquisa encomendada pelo Planalto revela que 47% da população acha que a reforma ministerial não afeta o governo. Para 13%, vai melhorar. Na opinião de 8%, vai piorar.

...por enquanto
A reforma ministerial não piorou a avaliação de FHC, diz pesquisa do governo. Em 8 de abril, o presidente repetiu os 40% de bom e ótimo de fevereiro. A taxa de regular foi de 42% para 46%.


Cisma peemedebista

José Maranhão (PB) se reúne hoje com FHC. Criticará o uso político de verbas da seca, a cargo de Fernando Catão (Políticas Regionais), que é cunhado de seu adversário Cunha Lima.



Evasão de divisas

Relatório da Organização Mundial do Turismo revela que, em 96, os brasileiros passaram do 19º para o 14º povo que mais gasta com turismo no exterior. Naquele ano foram US$ 6,8 bi.


Preferido do tucanato

O publicitário Nizan Guanaes evita alardear seus projetos, mas deve fazer apenas as campanhas de FHC e de dois governadores tucanos: Tasso Jereissati (CE), que tende a disputar, e Eduardo Azeredo (MG), como consultor.


Dedo pefelista

Marco Maciel teve papel de destaque nas articulações para extraditar os sequestradores do empresários Abílio Diniz. O vice conversou com setores da esquerda que defendiam a libertação dos chilenos e canadenses.


Safra de promessas
Padilha (Transportes) foi ontem a Brumado (BA) anunciar a construção do anel viário da cidade. Ao lado de Luís Eduardo Magalhães, candidato favorito ao governo, e Geddel Vieira Lima, cacique do PMDB baiano que está na órbita do carlismo.


Amarra federal

O secretário-executivo da Saúde, Barjas Negri, diz que não pode ser responsabilizado pela falta de verbas para Carlos Albuquerque, ex-ministro da pasta. Alega que gasta só o autorizado pelo decreto presidencial anual que estipula as cotas bimestrais.


Ótica malufista

De Cunha Bueno (PPB-SP), sobre a extradição dos sequestradores de Abílio Diniz: "Pelo tratado, o Brasil passará a exportar bandidos e importar problemas (brasileiros que cometeram crime no exterior)".


TIROTEIO

De Raul Jungmann (Política Fundiária), sobre Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) dizer que foi delação divulgar lista de dirigentes do MST que têm terra:
- Greenhalgh aplaudiu as listas dos grandes latifundiários e dos devedores do ITR. Mas tacha de delação a dos novos com-terra beneficiados com o dinheiro público, ainda que todos sejam figuras públicas.


CONTRAPONTO
Força do hábito

Prefeito de Campina Grande na década de 60, Sobrinho Cabral foi um dos muitos políticos paraibanos que entrou para o folclore político brasileiro.
Durante o governo Juscelino Kubitschek, descobriu que havia um programa federal para dotar prefeituras de telex.
Assim que soube da novidade, Cabral pediu a um assessor que preparasse um pedido para Campina Grande.
O assessor entrou em contato com Brasília, voltou ao gabinete de Cabral e explicou:
- Nós temos que justificar o pedido, prefeito. É a contrapartida que eles exigem para que a cidade possa se habilitar ao programa.
Sem saber direito para que servia o telex, mas acostumado aos pedidos de contrapartida do governo federal, Cabral virou-se para o assessor e disparou:
- Diga a eles que não há problema. Eles podem mandar a verba que nós entramos com o terreno.



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