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GOVERNO
Secretário-executivo das Comunicações é nomeado ministro interino
Mendonça de Barros assume a privatização da Telebrás
da Sucursal de Brasília
Com o afastamento de Sérgio
Motta do Ministério das Comunica\, o governo anunciou ontem
que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Luiz Carlos
Mendonça de Barros, vai comandar as últimas etapas da privatização do sistema Telebrás.
A indicação de Mendonça de
Barros tem o objetivo de sinalizar
ao mercado que o governo não vai
alterar seu cronograma de privatização devido à doença do ministro
das Comunicações.
Amigo pessoal de Motta e com
acesso direto ao presidente Fernando Henrique Cardoso, Mendonça de Barros foi nomeado ontem coordenador da Comissão Especial de Supervisão, criada em fevereiro de 1997 pelo Ministério das
Comunicações para coordenar a
reestruturação e a desestatização
do setor.
Formalmente, a comissão continua subordinada ao ministro das
Comunicações. Ontem, o Palácio
do Planalto confirmou que o secretário-executivo do ministério,
Juarez Quadros, vai ocupar interinamente o cargo de ministro.
A comissão que passa a ser coordenada pelo presidente do BNDES
é integrada por representantes do
Ministério das Comunicações, da
Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações), do BNDES, do
Ministério da Fazenda e do Palácio
do Planalto.
Ela vinha sendo coordenada pelo presidente da Anatel, Renato
Guerreiro. Assim como Juarez
Quadros, o presidente do BNDES
já integrava a comissão.
A interinidade de Quadros vai
durar o tempo necessário para a
recuperação do ministro Sérgio
Motta, que desde a última terça-feira está internado no Hospital
Israelita Albert Einstein para combater uma infecção na região pulmonar.
O porta-voz da Presidência da
República, Sergio Amaral, afirmou que não haverá mudanças no
cronograma de privatização do
sistema Telebrás, programada para ocorrer até o final do próximo
mês de julho.
;;Não há riscos para as privatizações em curso ou programadas.
Essas nomeações garantem a continuidade do processo e a manutenção do calendário", disse o
porta-voz.
A venda da Telebrás e suas subsidiárias é a maior privatização
programada para o governo Fernando Henrique Cardoso. O sistema Telebrás é formado pela rede
de telefonia fixa, pela banda A
(pública) da telefonia celular e pela Embratel.
O ministério calcula que a venda
da participação acionária da
União renderá aos cofres públicos
entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões. O patrimônio do sistema está avaliado em cerca de US$ 100
bilhões.
As normas que regulamentarão
a ação da iniciativa privada na telefonia fixa (contratos de concessão, Plano de Metas de Universalização e Plano de Metas de Qualidade) já foram elaboradas pelo
ministério e estão sob consulta
pública.
O Plano Geral de Outorgas, que
disciplina a privatização do serviço, já foi editado pelo presidente
da República por meio de decreto.
Os demais documentos ainda precisam ser aprovados pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). A telefonia fixa, a banda
A e a Embratel serão privatizadas
em separado. Para isso, o sistema
foi desmembrado.
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