|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO AGRÁRIA
Líderes questionam pesquisa que mostra que 70% dos entrevistados são contra as invasões de terra
Para MST, invasões têm apoio público
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A VINHEDO
Lideranças nacionais do MST
disseram ontem acreditar que a
opinião pública continua apoiando a estratégia de atuação do movimento, apesar da pesquisa Datafolha que indicou que 70% dos
entrevistados se opõem invasões
de terras.
"Depende de como a pergunta é
feita. Se perguntasse para mim:
você é a favor de invasões? Até eu
diria que não", declarou Gilberto
Portes, um dos dirigentes nacionais do MST.
Gilmar Mauro, também dirigente nacional do movimento,
também criticou a pesquisa. "A
pergunta deveria ser: você é favor
da ocupação de terras improdutivas? O sim ganharia disparado."
Mauro disse que a pesquisa foi
positiva para o MST, porque mostra que 67% dos entrevistados são
favoráveis à reforma agrária. Para
ele, a oposição da maioria dos entrevistados à invasão de terras é
conjuntural. "Estamos há duas semans levando cacete do governo e
da mídia. É natural que a opinião
pública esteja ressabiada."
Para Gilberto Portes, o fato de a
pesquisa ter sido feita na capital
paulista leva a resultados "não-apropriados". "No interior do
Brasil, no campo, nas pequenas
cidades, o apoio ao nosso movimento continua enorme. Não temos pesquisa para quantificar isso, mas nossa percepção é nítida."
As liderança do MST esperam
para esta semana uma resposta
do governo para o pedido de audiência com algum integrante da
equipe econômica.
Os líderes dos sem-terra se reuniram em Vinhedo para discutir a
"conjuntura internacional e a globalização". É um seminário para
formação de líderes, que está sendo realizado em um alojamento
do Mosteiro de São Bento.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Questão agrária: MST desvia dinheiro da reforma agrária Índice
|