São Paulo, domingo, 14 de maio de 2000


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QUESTÃO AGRÁRIA
Líderes questionam pesquisa que mostra que 70% dos entrevistados são contra as invasões de terra
Para MST, invasões têm apoio público

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A VINHEDO

Lideranças nacionais do MST disseram ontem acreditar que a opinião pública continua apoiando a estratégia de atuação do movimento, apesar da pesquisa Datafolha que indicou que 70% dos entrevistados se opõem invasões de terras.
"Depende de como a pergunta é feita. Se perguntasse para mim: você é a favor de invasões? Até eu diria que não", declarou Gilberto Portes, um dos dirigentes nacionais do MST.
Gilmar Mauro, também dirigente nacional do movimento, também criticou a pesquisa. "A pergunta deveria ser: você é favor da ocupação de terras improdutivas? O sim ganharia disparado."
Mauro disse que a pesquisa foi positiva para o MST, porque mostra que 67% dos entrevistados são favoráveis à reforma agrária. Para ele, a oposição da maioria dos entrevistados à invasão de terras é conjuntural. "Estamos há duas semans levando cacete do governo e da mídia. É natural que a opinião pública esteja ressabiada."
Para Gilberto Portes, o fato de a pesquisa ter sido feita na capital paulista leva a resultados "não-apropriados". "No interior do Brasil, no campo, nas pequenas cidades, o apoio ao nosso movimento continua enorme. Não temos pesquisa para quantificar isso, mas nossa percepção é nítida."
As liderança do MST esperam para esta semana uma resposta do governo para o pedido de audiência com algum integrante da equipe econômica.
Os líderes dos sem-terra se reuniram em Vinhedo para discutir a "conjuntura internacional e a globalização". É um seminário para formação de líderes, que está sendo realizado em um alojamento do Mosteiro de São Bento.


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