São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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PAINEL

Decurso de prazo
Quarta-feira será o dia "D" para ACM. O pefelista baiano avisou a aliados que, se concluir que não tem condições de derrubar o processo de cassação no Conselho de Ética, renunciará.

Patrimônio inabalável
ACM avalia que poderia vencer no plenário do Senado. Mas, além de não querer correr o risco de ter seus direitos políticos suspensos, teme que um longo processo de cassação desgaste sua popularidade na Bahia. O pefelista prefere renunciar com o discurso de injustiçado.

Em nome do povo
No seu memorial de defesa, ACM vai apresentar como referência um texto de Celso Lafer, de 1991. No qual o hoje ministro de FHC declara que a mentira pode ser um mal necessário, quando usada pelo governante "em defesa da comunidade".

Nova provocação
Zeca do PT colocou na TV no final de semana anúncios do governo do Mato Grosso do Sul nos quais ele elogia FHC na inauguração da ponte entre Campo Grande e Corumbá.

Oposição em crise
Parlamentares petistas estudam pedir uma CPI sobre a crise do setor elétrico. O PPS já avisou que não topa. Depois do fracasso da CPI da corrupção, dificilmente os dois partidos voltarão a levantar a mesma bandeira.

Queda lucrativa
Com a queda de Fernando Bezerra, Sarney Filho tenta puxar a transposição do São Francisco para o Ministério do Meio Ambiente. Argumenta que o projeto deve ser conduzido pela Agência Nacional das Águas, subordinada à sua pasta.

Operação mãos limpas
Com a ameaça de CPI e a crise energética, o nome de Geraldo Alckmin voltou a ser muito comentado em Brasília na semana passada. O governador é uma espécie de plano B dos partidos aliados para 2002. É a alternativa para o caso de a popularidade do governo FHC despencar.

Tempo a favor
Geraldo Alckmin tem o que os aliados chamam de guarda-chuva ético por ser o herdeiro político de Mário Covas. E, com muito dinheiro em caixa, terá muitas e importantes obras para apresentar na campanha.

Fora do ar
O governo ainda não liberou as verbas necessárias para a campanha publicitária do racionamento elétrico. As propagandas previstas com apresentadores de TV, como Ratinho e Ana Maria Braga, estão ameaçadas.

Tarde demais
Além da falta de verbas, o atraso na definição do esquema de racionamento pelo governo também deve adiar a exibição da campanha publicitária. É bem possível que as propagandas só comecem a ser transmitidas após os primeiros apagões.

Economia seletiva
As secretárias de Pedro Malan (Fazenda) só podem trabalhar com duas das sete lâmpadas da sala acesa. Mas o ministro fica na claridade e só apaga a luz quando vai para casa.

Ombro amigo
Após ajudar a enterrar a CPI, Jorge Bornhausen (PFL) enfrenta agora uma missão humanitária: levantar o moral de José Jorge (Minas e Energia), inconsolável por perder o controle do racionamento para Pedro Parente.

Racha anunciado
Do senador paranaense Osmar Dias, sobre a possibilidade de o PSDB o retaliar por ter assinado a CPI: "Não está escrito no programa do partido que é proibido combater a corrupção".

Meno male
Adversários de Geraldo Brindeiro dizem, reservadamente, que a eventual escolha do subprocurador Wagner Natal, apoiado por Íris Rezende, para o cargo de procurador-geral, seria um retrocesso. Brindeiro "engaveta" processos, dizem, mas não interfere na autonomia.

TIROTEIO

De Luiza Erundina (PSB), deputada federal e ex-prefeita de São Paulo, sobre o racionamento de energia elétrica com horário programado:
- Agora os assaltos terão hora e lugar marcados.

CONTRAPONTO

Segredos conjugais

Roberto Brant (PFL) assumiu o Ministério da Previdência em 13 de março, substituindo o senador carlista Waldeck Ornélas (PFL-BA), demitido após o rompimento entre FHC e ACM.
Uma semana antes da posse, FHC procurou Brant e revelou que ele era o escolhido. Mas pediu sigilo porque a decisão ainda não havia sido revelada aos membros do governo.
Brant cumpriu a ordem à risca. Não contou a ninguém, nem mesmo à sua mulher.
Quando soube pela imprensa que o marido havia sido nomeado, ela o procurou e reclamou por não ter sido informada.
Brant explicou seu silêncio a um amigo:
- É melhor não falar de política com mulher. As coisas são rápidas e ela não acompanha. Aí acaba tratando mal um aliado que ela pensa ser inimigo porque lembra de uma briga antiga. O melhor é guardar segredo.


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