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Justiça nega liberdade
a Rainha pela 4ª vez
DA AGÊNCIA FOLHA
O TJ (Tribunal de Justiça) de
São Paulo negou ontem liminar
concedendo habeas corpus ao líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) José Rainha Jr., 41, na quarta tentativa dos seus advogados de tirá-lo
da cadeia.
Para o desembargador Adalberto Denser de Sá, segundo vice-presidente do TJ, "a defesa não
possui os requisitos necessários
para a concessão da medida". Caberá a uma das Câmaras Criminais do TJ julgar o mérito do pedido. Ontem não havia previsão sobre quando isso poderá ocorrer.
No âmbito do Fórum de Teodoro Sampaio (SP), os juízes Athis
de Araújo Oliveira e Fábio Mendes Ferreira negaram pedidos para a libertação de Rainha em três
ocasiões. A defesa alegava que
não havia motivo para a manutenção da prisão cautelar, pois "o
réu [Rainha" possui residência fixa e é primário".
Ferreira diz que a prisão de Rainha foi decretada por motivo de
ordem pública, sob o argumento
de que, livre, o integrante do MST
representa uma ameaça à ordem.
Rainha foi preso em 25 de abril
após o carro em que viajava ser
parado numa blitz da PM (Polícia
Militar), em Euclides da Cunha
(oeste de SP). No Gol foi encontrada uma espingarda calibre 12,
de cano curto e uso restrito.
O advogado Hamilton Belloto
Henriques disse que a decisão do
TJ, ao negar a liminar, é política.
Segundo ele, Rainha "está preso
porque representa as minorias
oprimidas do país". Márcio Barreto, da coordenação estadual do
MST, também criticou a decisão.
Henriques arrolou o motorista
José Luiz Silva Santos como uma
das testemunhas de defesa no
processo contra Rainha. Ele será
ouvido amanhã, na audiência de
instrução, como testemunha de
acusação. "Ele é a pedra angular
no processo e uma testemunha vital para a liberdade de Rainha."
Santos dirigia o veículo parado
pela PM em abril. No primeiro
depoimento à PM, Santos disse
ser o dono da arma, uma espingarda CBC 12. Depois, à Polícia
Civil, negou a propriedade e atribuiu a posse a Rainha.
(EDUARDO DE OLIVEIRA E JOSÉ MASCHIO)
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