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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Lula e os inimigos
Lula não recuou e perdeu
um pouco mais de poder.
As instituições recuaram por
ele, na manchete que dominou
sites como o UOL, à tarde, e os
telejornais, à noite:
- Justiça suspende expulsão
do jornalista americano.
Na CBN, o ministro do STJ
que tomou a decisão teria dito
que ela não deverá atrapalhar as
relações da Justiça com o Poder
Executivo.
Mas Lula resiste. Segundo o
Jornal Nacional, para o governo
"a decisão (do STJ) não anula o
cancelamento do visto".
Não faltam teorias, a começar
de Leonel Brizola em "informe
publicitário", de que Lula estaria
usando o escândalo em torno do
"NYT" para esconder notícias
como o pequeno aumento do
salário mínimo. Ele teria criado
um inimigo externo.
A revista "Economist" parece
corroborar, em sua nova edição,
com texto que abre declarando
que planejava "usar este espaço
para escrever" sobre o crime no
Rio, mas mudou de idéia com a
decisão de Lula de expulsar o
jornalista americano.
A expulsão, ontem, seguia
com atenção ampla no mundo,
de "Financial Times" ao Poynter
-o maior site sobre jornalismo
nos EUA.
O "Painel" de ontem na Folha
informou que, privadamente,
"Lula diz que a decisão terá boa
repercussão interna. O público,
acha ele, gosta de ver o Brasil
"enfrentando" os EUA".
Mensagens aqui e ali, nos sites
interativos, parecem sustentar a
tese. Por exemplo, um de vários
e-mails enviados ao site Blue
Bus, que cobre mídia:
- O que mais se viu na mídia
foi protecionismo escancarado
dos jornalistas. E isso, nenhum
-curiosamente- se deu conta,
ficou muito evidente.
O "NYT" bem que se esforça.
Além de convocar o respeitado
Warren Hoge para reportagens
sobre o caso, o jornal teria feito
um convite ao presidente para
encontrar-se com seu conselho
editorial, durante a visita de Lula
a Nova York no mês que vem.
Mas, segundo a Globo:
- O Planalto considerou o
convite arrogante.
O "NYT" se esforça mais. Em
"O Globo", o ombudsman do
"NYT" disse achar a reportagem
"isenta" por não se basear "em
fontes anônimas" e sim no que
"as pessoas falaram". Mas logo
acrescentou:
- O que não ficou claro é se
existe intenção política por trás
do que as pessoas disseram do
presidente. Eu não tenho essas
informações, de que um é de
oposição, o outro estava ligado a
um presidente corrupto. Devia
ter sido mais explicado.
Ele também disse ver como
"problemática" a foto de Lula na
Oktoberfest:
- (A foto) só deveria ter sido
publicada se o editor estivesse
absolutamente convencido de
que o presidente tem problemas
por causa de bebidas.
ORIENTE
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O que Lula mais escondeu
com o caso "NYT" foi a sua
própria viagem à China, daqui
a uma semana. A "Economist"
observou que ele até retomava
a iniciativa, com ações como a
entrevista a correspondentes estrangeiros sobre a China,
mas pôs tudo a perder com a tentativa de expulsão.
Quanto à China, a Globo parecia já ter tudo preparado,
com reportagem tratando dos "planos de investimentos
bilionários no Brasil" e uma análise de Míriam Leitão:
- A China é um grande mercado. Só de soja, o Brasil
vende ao país US$ 1,3 bi. De minério de ferro, US$ 800
milhões. De aço, US$ 500 milhões. E têm aumentado as
vendas a cada ano. Lula está indo num bom momento.
No site, toda uma seção foi lançada na segunda-feira,
com o logotipo "Brasil & China - Uma aposta no futuro"
(acima), várias reportagens especiais sobre as relações
comerciais e até mesmo um plantão de notícias.
Rede nacional
Como vem sublinhando "O
Estado de S.Paulo", seria uma
"campanha nacional" aquela de
José Serra em São Paulo. Foi o
que ele fez, no programa tucano
em rede nacional.
É a saída para Serra se manter
no páreo presidencial em 2006.
E talvez tenha sido a razão para
FHC faltar ao lançamento da
candidatura, como destacava
ontem a Jovem Pan.
PSDB e PFL
O PSDB descartou a candidata
tucana no Rio, em favor do PFL,
e quer o mesmo em São Paulo.
José Pinotti, candidato pefelista,
disse à Jovem Pan que não pensa
em compor e oferece apoio só
"no segundo turno".
Ao Brasil
Para o "Wall Street Journal",
"muitos aplicadores financeiros
parecem acreditar que o céu está
caindo na América Latina", mas
não os economistas.
Sob o título "Os economistas
gostam da América Latina", o
jornal diz que eles têm sugerido
apostar na região. E concorda
que "têm aparecido sinais de
que o medo está escondendo os
fundamentos".
Libertador
O "Financial Times" noticiou
que quem está avançando sem
parar na América Latina é a Fox
de Rupert Murdoch. Como em
outras partes, usa para tanto as
transmissões de futebol. Por
aqui, da Libertadores.
SÍMBOLOS
Uma pesquisa sobre hábitos de
consumo pelo mundo, inclusive
Brasil, mostrou que os produtos
americanos e suas marcas -e até a cultura americana-
estão a perigo, como noticiou a revista de publicidade
"Ad Age". "Um dos símbolos mais vívidos dos Estados
Unidos no exterior", o McDonald's, segundo o "NYT",
em reportagem dias atrás, mostra não se preocupar:
- No Brasil, às vezes (as lanchonetes da rede) são alvo
de demonstrações de esquerda na avenida Paulista, uma
das principais de São Paulo, mas também é comum ver
os manifestantes comendo no McDonald's depois.
Pelo sim, pelo não, o "Wall Street Journal" informou
ontem que a McDonald's Corporation apresentou uma
série de novos comerciais aos jornalistas, em sua sede no
Estado de Iowa. Serão veiculados pelo mundo inteiro,
carregados de imagens e música, não de palavras, para
transmitir que a empresa é global e não americana.
O comercial destacado pelo "WSJ" em seu site mostra
uma sacola do McDonald's que é amassada e termina
usada como bola de futebol, num shopping brasileiro.
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