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ELEIÇÕES 2004
Tucano lança pré-candidatura a prefeito com críticas ao PT e promessa de que, se eleito, conclui mandato
Serra liga Marta a Lula e diz que fica 4 anos
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
No lançamento da sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, o presidente do PSDB, José
Serra, relacionou a administração
da prefeita Marta Suplicy (PT) à
gestão do presidente Lula e afirmou: "A esperança transformou-se em decepção".
Ao lado das principais lideranças tucanas, Serra fez um discurso
crítico, cujo principal alvo foi o
PT: "Tirar a cidade de São Paulo
do caminho errado é uma contribuição fundamental para o Brasil.
Tenho andado pelos Estados e
ouvido as pessoas, perplexas, indagando: "O que acontece com o
Brasil?" Os brasileiros estão cada
vez mais inquietos e descontentes, mais frustrados. A esperança
transformou-se em decepção".
Derrotado na eleição de 2002
por Lula, o tucano disse que conduzirá a campanha "olhando para a frente". Negou que sua candidatura seja uma preliminar das
eleições de 2006, para a Presidência e para o governo do Estado.
"Sou candidato para ser prefeito
por quatro anos. O resto são apenas divagações." E atacou a gestão
de Marta, pré-candidata à reeleição: "A população já não suporta
taxas e impostos pesados que se
transformam em imensos gastos
com propaganda enganosa, empreguismo e obras eleitoreiras".
Para mais de 500 militantes reunidos na Câmara Municipal, os
caciques tucanos esforçaram-se
para associar o desgaste da gestão
Lula, com problemas como o aumento do desemprego, a Marta.
"Lula está desafiado a trabalhar
por Marta na eleição. Vai ser uma
beleza", disse o senador Arthur
Virgílio (PSDB-AM). "Vamos colar a cara de Lula na da Marta."
Segundo Serra, São Paulo "tem
sido vítima antecipada da incoerência do PT". "[A cidade] tem estado travada há mais tempo pela
inépcia, pela frustração de uma
administração que faz no exercício do poder exatamente o contrário daquilo que promete."
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não foi ao evento e
enviou mensagem. Segundo tucanos, ele irá à convenção em junho,
na oficialização da candidatura
Serra, que já disputou a prefeitura
em 1988 e em 1996. Os outros quatro pré-candidatos do partido
-os deputados Zulaiê Cobra e
Walter Feldman, o secretário da
Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu, e José Aníbal- foram
apoiar Serra.
Zulaiê ainda alfinetou Saulo,
que era o candidato preferido do
governador Geraldo Alckmin:
"Nós não fomos [candidatos],
mas ele [Saulo] também não foi".
Revanche?
Os tucanos destacaram o desafio de 2006 e o caráter nacional da
eleição com a entrada de Serra,
mas não disfarçaram o clima de
revanchismo. "A partir da eleição
de José Serra, é inexorável a volta
do PSDB ao poder central", disse
o governador Aécio Neves (MG).
"Tem gente que gosta de metáfora futebolística. Então, se a outra [campanha] bateu na trave, esta vai ser de goleada", completou
Alckmin, em uma referência indireta aos discursos de Lula.
Um militante jogou uma camiseta amarela para Serra. No acessório, da campanha anterior, estava escrito: "Serra, presidente". A
peça foi para baixo da mesa.
"Se a luta foi entre o realismo e o
sonho, agora será entre a verdade
e o pesadelo", disse Virgílio, que
foi irônico: "Depois discutiremos
o apoio de Marta no segundo turno para derrotarmos Maluf (PP)".
O senador Tasso Jereissati (CE),
que se indispôs com Serra na escolha do tucano que disputaria as
eleições em 2002, foi ao evento.
Os líderes tucanos foram à Câmara em uma van que saiu do Palácio dos Bandeirantes, onde almoçaram. Na porta da Câmara,
cerca de 50 estudantes da Fatec
pediam verbas para a faculdade.
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