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NEPOTISMO
Comissão que vai agir contra
nomeação de parentes foi indicada por Severino
Deputado que
vai presidir
grupo nomeou
4 parentes
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), indicou
para presidir a comissão especial
que consolidará os projetos antinepotismo o deputado Carlos
Willian (PMDB-MG), 48, que
contratou a mãe para o gabinete e
dá emprego até hoje para a mulher, a irmã e um irmão.
A decisão altera ofício do próprio Severino da semana passada
que indicava o deputado Manato
(PDT-ES) para a presidência da
comissão. O pedetista, que também influenciou em 2003 a contratação da mulher para o gabinete de um colega, será o relator.
Willian disse ter sido convidado
para dar agilidade aos trabalhos e
que sua opinião -que ele não
manifestou qual é- não influirá
na decisão da comissão.
Os nomes indicados por Severino -que é publicamente favorável à contratação de parentes sem
concurso- para a presidência e
relatoria têm de ser aprovados em
votação na sessão de instalação da
comissão, prevista para a próxima semana. É necessário o voto
de 60% dos deputados (308), em
dois turnos. Depois o texto vai para o Senado. Em geral, a votação é
simbólica, e os nomes, ratificados.
Willian está no primeiro mandato como deputado federal, tendo assumido em 1º de fevereiro de
2003. Dois dias depois, saiu em
boletim a nomeação da irmã Maria Regina de Souza, como secretária de seu gabinete. O salário é
de R$ 5.175, o maior pago para os
assessores nos gabinetes.
Em 5 de fevereiro de 2003, foi
publicada a nomeação da mulher,
Laila Maria Cunha Reis de Souza,
com salário de R$ 5.175. No dia 7,
foi nomeada sua mãe, Luzia Alves
de Souza, com salário de R$ 2.277.
Foi exonerada após um ano e oito
meses, em outubro de 2004.
Um irmão de Willian, Ary de
Souza Júnior, foi contratado pela
liderança do PSC, partido ao qual
pertencia o deputado antes de se
filiar, neste ano, ao PMDB. Com a
extinção da liderança do PSC na
Câmara, Ary teria sido exonerado, mas trabalha hoje no gabinete
-sem remuneração, diz Willian.
Willian disse que não comete irregularidade ao contratar parentes, mas afirmou que já deixou assinado o ato de exoneração da
mulher. Sobre a irmã, disse que
não tinha decisão.
O relator indicado, Manato, disse ser contra o nepotismo, afirmando ter reconhecido que errou
quando influenciou na contratação da mulher por alguns meses,
em 2003, para o gabinete do ex-deputado José Carlos Elias.
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