São Paulo, sábado, 14 de maio de 2005

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RUMO A 2006

Governador de São Paulo negocia participação do PL e do PMDB em sua administração e agenda viagens pelo país

Alckmin investe sobre base aliada de Lula

CATIA SEABRA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Refeito da derrota na Assembléia Legislativa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recobrou o apetite pela costura de sua candidatura à Presidência da República. Investe sobre a base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva, negociando a participação do PL e do PMDB no seu governo, agenda viagens para todo o país e se arma para uma batalha dentro do próprio partido.
Na semana que vem, Alckmin deverá oficializar a entrada do PL no governo, com a escolha de um indicado do partido para a nova Secretaria do Turismo. Para o cargo, o PL apresentou quatro nomes (leia texto nesta página).
Alckmin também flerta com o PMDB. Nesta semana, o governador telefonou para o presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, para formalizar o ingresso dos quatro deputados estaduais do partido na sua base de sustentação. Os dois ficaram de se encontrar para traçar os próximos passos. "Nossos deputados já votaram com o governador nesta semana. Estou esperando um contato do governador. Ele me ligou dizendo que seria bom conversarmos", disse Quércia.
Segundo freqüentadores do Palácio dos Bandeirantes, Quércia fez chegar a Alckmin a informação de que gostaria de ser candidato ao Senado no ano que vem. O PL é o partido do vice-presidente, José Alencar. O PMDB, o sonho de consumo de Lula.
Na quarta-feira, Alckmin recebeu o presidente estadual do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Apesar de ter se queixado da atuação do PDT na Assembléia, sugeriu uma reaproximação e avisou que viajará mais a partir de agora.
Alckmin, que já foi ao Rio Grande do Sul, intensifica sua agenda de viagens a partir da semana que vem. Segunda, Brasília. Sexta-feira, Rio. Há ainda previsão de embarque para Maranhão, Pará e Mato Grosso.
Abatido desde a eleição do pefelista Rodrigo Garcia para a presidência da Assembléia, Alckmin também trabalha para demarcar território no PSDB. Há cerca de 15 dias, quando começou a esboçar reação, jantou com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), de quem teria obtido apoio.
Também tem conversado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A exemplo do prefeito de São Paulo, José Serra, Alckmin pretende recrutar um porta-voz de seus interesses em Brasília. O nome cogitado para a missão é o do chefe da Casa Civil, Arnaldo Madeira. O secretário, no entanto, tem reagido à idéia, argumentando que pode executar essa tarefa de São Paulo.
No PSDB, Serra conta com dois articuladores: o líder Alberto Goldman (SP) e Jutahy Magalhães (BA). É Jutahy quem defende Serra, por exemplo, na partilha do tempo de TV. Graças à pressão, os 40 minutos de inserção a que o PSDB têm direito deverão ser divididos por quatro, a contragosto de Alckmin.


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