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RUMO A 2006
Governador de São Paulo negocia participação do PL e do PMDB em sua administração e agenda viagens pelo país
Alckmin investe sobre base aliada de Lula
CATIA SEABRA
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Refeito da derrota na Assembléia Legislativa, o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), recobrou o apetite pela
costura de sua candidatura à Presidência da República. Investe sobre a base aliada de Luiz Inácio
Lula da Silva, negociando a participação do PL e do PMDB no seu
governo, agenda viagens para todo o país e se arma para uma batalha dentro do próprio partido.
Na semana que vem, Alckmin
deverá oficializar a entrada do PL
no governo, com a escolha de um
indicado do partido para a nova
Secretaria do Turismo. Para o cargo, o PL apresentou quatro nomes (leia texto nesta página).
Alckmin também flerta com o
PMDB. Nesta semana, o governador telefonou para o presidente
estadual do PMDB, Orestes Quércia, para formalizar o ingresso dos
quatro deputados estaduais do
partido na sua base de sustentação. Os dois ficaram de se encontrar para traçar os próximos passos. "Nossos deputados já votaram com o governador nesta semana. Estou esperando um contato do governador. Ele me ligou
dizendo que seria bom conversarmos", disse Quércia.
Segundo freqüentadores do Palácio dos Bandeirantes, Quércia
fez chegar a Alckmin a informação de que gostaria de ser candidato ao Senado no ano que vem.
O PL é o partido do vice-presidente, José Alencar. O PMDB, o sonho de consumo de Lula.
Na quarta-feira, Alckmin recebeu o presidente estadual do
PDT, Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho. Apesar de ter se queixado da atuação do PDT na Assembléia, sugeriu uma reaproximação e avisou que viajará mais a
partir de agora.
Alckmin, que já foi ao Rio Grande do Sul, intensifica sua agenda
de viagens a partir da semana que
vem. Segunda, Brasília. Sexta-feira, Rio. Há ainda previsão de embarque para Maranhão, Pará e
Mato Grosso.
Abatido desde a eleição do pefelista Rodrigo Garcia para a presidência da Assembléia, Alckmin
também trabalha para demarcar
território no PSDB. Há cerca de 15
dias, quando começou a esboçar
reação, jantou com o senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE), de
quem teria obtido apoio.
Também tem conversado com
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A exemplo do prefeito de São Paulo, José Serra,
Alckmin pretende recrutar um
porta-voz de seus interesses em
Brasília. O nome cogitado para a
missão é o do chefe da Casa Civil,
Arnaldo Madeira. O secretário,
no entanto, tem reagido à idéia,
argumentando que pode executar
essa tarefa de São Paulo.
No PSDB, Serra conta com dois
articuladores: o líder Alberto
Goldman (SP) e Jutahy Magalhães (BA). É Jutahy quem defende Serra, por exemplo, na partilha
do tempo de TV. Graças à pressão, os 40 minutos de inserção a
que o PSDB têm direito deverão
ser divididos por quatro, a contragosto de Alckmin.
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