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ANÁLISE
Decisão favorece o presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão do PMDB de não ter
candidato a presidente tem três
conseqüências principais: 1) aumentam as chances de a sucessão
ao Planalto terminar no primeiro
turno; 2) o maior beneficiário é
Luiz Inácio Lula da Silva, favorito
nas pesquisas e 3) o PMDB reafirma seu papel de partido coadjuvante no cenário nacional.
Levantamentos eleitorais realizados sobre a disputa presidencial
registram que o pré-candidato
peemedebista Anthony Garotinho (ele vai contestar o quanto
puder na Justiça a decisão de ontem) está na casa dos 15%. Só Garotinho, Lula e o pré-candidato
tucano, Geraldo Alckmin, pontuam de maneira sólida acima dos
10%. Sem Garotinho, a eleição se
encaminha para uma decisão no
primeiro turno, dia 1º de outubro.
A regra eleitoral determina que
só vence a eleição para presidente
o candidato que tiver, pelo menos, 50% mais um dos votos. Caso
contrário, os dois mais bem votados disputam o segundo turno.
Nas quatro eleições recentes (89,
94, 98 e 02), a fatura foi liquidada
em turno único apenas quando o
cenário foi semelhante ao atual.
Em 1994 e em 1998, havia poucos candidatos competitivos. O
tucano Fernando Henrique Cardoso ganhou no primeiro turno.
Em 1989 e 2002 a configuração era
diferente -vários concorrentes
tiveram bom desempenho e os
pleitos foram ao segundo turno.
Na última disputa, em 2002, Lula saiu do primeiro turno com
46,4%. O segundo colocado, José
Serra (PSDB), teve 23,2% (pontuação semelhante à obtida hoje
nas pesquisas por Alckmin).
Ocorre que Garotinho (então no
PSB), registrou robustos 17,9%.
Em quarto ficou Ciro Gomes (no
PPS; hoje está no PSB) com 12%.
Ciro Gomes não será candidato
neste ano. Ex-ministro de Lula,
deve concorrer a uma vaga de deputado federal ou a vice de Lula.
Anthony Garotinho, a ser mantida a decisão do PMDB, está fora.
Lula tem como concorrentes
confirmados, por enquanto, apenas Alckmin, Heloísa Helena
(PSOL), Enéas (Prona) e alguém
do PSTU. Possíveis nomes do
PDT (Cristovam Buarque) e do
PPS (Roberto Freire) sofrem resistências em suas siglas.
A desistência do PMDB é útil ao
PT como um todo. "Eu apoiei o
Lula na última eleição", lembrava
ontem Orestes Quércia, um peemedebista que apoiava a candidatura própria, mas que pode acabar aliado ao PT em São Paulo.
O PMDB opta pelo regional em
detrimento do nacional. Seus integrantes repetem uma tradição.
Garantem a eleição de governadores e fortes bancadas na Câmara e no Senado. A partir de 2007,
não importa quem seja o presidente, terá de procurar o PMDB
para negociar uma aliança para
governar.
(FERNANDO RODRIGUES)
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