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Kassab agora tenta atrair PP de Maluf para sua coligação
Se conseguir, prefeito terá metade do tempo de TV destinado aos candidatos
Já aliado ao democrata, o PV deverá ficar com mais uma subprefeitura; o acordo inclui ainda apoio material a candidatos do PV a vereador
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de fechar acordo com
PMDB, PR e PV e conseguir
cerca de 40% do tempo de TV
nas eleições de outubro, o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
direcionou suas baterias para
tentar atrair o PP, partido que
tem como pré-candidato o deputado federal Paulo Maluf.
Uma ala de deputados federais do PP liderada por Vadão
Gomes começou a defender ontem nos bastidores que o partido apóie Kassab. Se isso ocorrer, o prefeito reunirá a metade
do tempo de propaganda televisiva destinado aos candidatos.
Restaria cerca de 18% do tempo
a Geraldo Alckmin (PSDB),
16% a Marta Suplicy (PT) e 16%
ao bloquinho (PSB, PC do B e
PDT), que tenta lançar o deputado Aldo Rebelo (PC do B).
Em evento ontem à noite,
Kassab negou que esteja buscando o apoio do PP, sob alegação de que não tem dúvida de
que Maluf será candidato.
"Possibilidades existem várias, e o PP é um partido muito
atraente, vem sendo procurado
por todos os partidos. Mas hoje
a possibilidade é a de que tenhamos candidatura própria",
afirmou a deputada federal Aline Corrêa, presidente do diretório municipal do PP. Vadão
negou a articulação.
Deputados de PP e PT disseram que o movimento pró-Kassab teve início após reunião de
Vadão e do deputado Beto
Mansur com o governador José
Serra (PSDB). A petistas Maluf
disse que mantém a candidatura. "Os diretórios municipais
têm ampla competência para
decidir o que quiserem em relação às eleições municipais", se
limitou a dizer o presidente nacional do PP, senador Francisco Dornelles (RJ).
Uma aliança entre PP e Kassab representaria mais um duro golpe no PT, já que o partido
conta com a candidatura de
Maluf para retirar votos tanto
de Kassab quanto de Alckmin.
Subprefeitura
Já aliado a Kassab, o PV deverá comandar a Subprefeitura
da Mooca ainda nesta gestão.
Segundo o presidente nacional
do partido, José Luiz Penna, o
advogado Marcos Belizário deverá assumir o cargo, atualmente ocupado por um tucano.
A ampliação da presença do PV
na prefeitura foi proposta pelo
próprio prefeito democrata.
Mas, segundo dirigentes do
PV, não é o único item do pacote. Vice-presidente estadual do
partido, Belizário explica que a
negociação inclui apoio material aos candidatos a vereador.
"Sem distinção de partido."
O próprio Kassab acenou
com a ajuda ao discursar a candidatos do PV à Câmara. "E aos
pré-candidatos a vereador,
contem conosco. Faremos dessa jornada uma grande vitória."
Além das ofertas -entre elas,
a perspectiva de o DEM apoiar
verdes em outras cidades-,
Kassab conta, segundo Penna,
com a torcida de um tucano de
peso, o chefe da Casa Civil de
Serra, Aloysio Nunes Ferreira.
Segundo Penna, Aloysio abordou o assunto durante uma
reunião na segunda quinzena
de abril. O secretário perguntou qual seria o destino do PV
na capital. Informado sobre as
discussões no partido, teria recomendado apoio a Kassab.
"O Aloysio disse que gostaria
de ver a gente mantendo a nossa relação com o Kassab, que já
vinha desde Serra, com nossos
cargos no governo, que estão
muito satisfeitos com a nossa
colaboração. Dissemos para ele
que estávamos analisando",
contou Penna.
Ontem, numa breve reunião
com a Executiva do PV, Kassab
descreveu a aliança como um
"presente" deixado por Serra.
Na capital paulista, o PV já
comanda a Secretaria do Verde
e do Meio Ambiente e outras
duas subprefeituras.
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