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Serra julga Lula "acima do bem e do mal"
Pré-candidato afirma que não foi irônico; presidente do PSDB também elogia petista
"Lula não vai se repetir nem hoje, nem amanhã nem nunca: é um episódio na história do Brasil", afirma
o senador Sérgio Guerra
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O pré-candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, disse
ontem em Recife que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
"está acima do bem e do mal" e
que a popularidade do petista
em Pernambuco é "merecida".
"Não comparo nada com o
Lula", disse ao ser questionado
por uma rádio sobre quem seria
mais de esquerda, ele ou o presidente: "O Lula está acima do
bem e do mal", disse Serra.
Mais tarde, ele disse que não
havia ironia nas suas palavras.
Já o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), maior aliado
de Serra no Estado, foi irônico
ao falar sobre Lula: "Às vezes,
ele quer ficar acima de Deus,
não só acima do bem e do mal".
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que "Lula virou uma entidade": "Isso é uma constatação,
estão aí as pesquisas". O PSDB,
declarou Guerra, tem "restrições" ao governo Lula, "mas o
fato concreto é que a população
aprovou" -numa referência à
expressão "o dado concreto",
usada com frequência por Lula.
Cada vez mais comuns na
pré-campanha, os elogios dos
tucanos ao presidente fazem
parte da estratégia da oposição
de não contrariar a opinião pública e utilizar a grande popularidade de Lula para realçar diferenças entre ele e a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.
"A consequência [de Lula ser
uma entidade] é que fica claro
que Dilma não é Lula", afirmou
Guerra, que também coordenará a campanha de Serra. "Há
uma imensa diferença entre
um e outro", declarou. "Lula
não vai se repetir nem hoje,
nem amanhã nem nunca: é um
episódio na história do Brasil."
Além de afirmar que a popularidade do presidente era "merecida", Serra disse que dará
continuidade às obras federais
de grande apoio popular na região, como a ferrovia Transnordestina e a transposição das
águas do rio São Francisco.
"Vou tocar para a frente junto com a revitalização [do rio]",
disse Serra, atribuindo ao ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso a iniciativa de estudar
a transposição. "Eu vou tocar
isso para valer, para fazer acontecer, porque a pior coisa que
tem é o cemitério de obras paradas". Serra permaneceu em
Recife cerca de 12 horas.
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