São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Serra julga Lula "acima do bem e do mal"

Pré-candidato afirma que não foi irônico; presidente do PSDB também elogia petista

"Lula não vai se repetir nem hoje, nem amanhã nem nunca: é um episódio na história do Brasil", afirma o senador Sérgio Guerra


FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem em Recife que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está acima do bem e do mal" e que a popularidade do petista em Pernambuco é "merecida".
"Não comparo nada com o Lula", disse ao ser questionado por uma rádio sobre quem seria mais de esquerda, ele ou o presidente: "O Lula está acima do bem e do mal", disse Serra. Mais tarde, ele disse que não havia ironia nas suas palavras.
Já o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), maior aliado de Serra no Estado, foi irônico ao falar sobre Lula: "Às vezes, ele quer ficar acima de Deus, não só acima do bem e do mal".
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que "Lula virou uma entidade": "Isso é uma constatação, estão aí as pesquisas". O PSDB, declarou Guerra, tem "restrições" ao governo Lula, "mas o fato concreto é que a população aprovou" -numa referência à expressão "o dado concreto", usada com frequência por Lula.
Cada vez mais comuns na pré-campanha, os elogios dos tucanos ao presidente fazem parte da estratégia da oposição de não contrariar a opinião pública e utilizar a grande popularidade de Lula para realçar diferenças entre ele e a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.
"A consequência [de Lula ser uma entidade] é que fica claro que Dilma não é Lula", afirmou Guerra, que também coordenará a campanha de Serra. "Há uma imensa diferença entre um e outro", declarou. "Lula não vai se repetir nem hoje, nem amanhã nem nunca: é um episódio na história do Brasil."
Além de afirmar que a popularidade do presidente era "merecida", Serra disse que dará continuidade às obras federais de grande apoio popular na região, como a ferrovia Transnordestina e a transposição das águas do rio São Francisco.
"Vou tocar para a frente junto com a revitalização [do rio]", disse Serra, atribuindo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a iniciativa de estudar a transposição. "Eu vou tocar isso para valer, para fazer acontecer, porque a pior coisa que tem é o cemitério de obras paradas". Serra permaneceu em Recife cerca de 12 horas.


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