|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério adia pregão de projeto para internet sem fio gratuita
Folha mostrou que municípios administrados pela oposição foram excluídos
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério das Comunicações adiou por tempo indeterminado pregão para levar internet sem fio gratuita a 163 cidades de 25 Estados justificando que várias empresas questionaram o edital que prevê investimento de R$ 100 milhões.
A decisão ocorreu depois que a
Folha revelou que o edital excluiu prefeituras administradas pela oposição.
Dos 163 municípios escolhidos pelo ministério para receber o programa Cidade Digital,
61 têm prefeitos de PMDB e 36
do PT. A lista inclui apenas dois
municípios administrados por
DEM e PSDB -Divinópolis
(MG) e Fernandópolis (SP).
Minas Gerais, reduto eleitoral do ex-ministro Hélio Costa
e do atual titular da pasta, José
Artur Filardi, terá o maior número de cidades digitais (17).
O ministério nega critério
político e diz que o adiamento
"visa garantir a resposta a todos os questionamentos encaminhados pelo mercado".
Segundo o edital, as cidades
foram escolhidas com base em
"características sociais, econômicas e culturais, voltadas para
o turismo, para a polarização
de negócios e para o ensino".
O pregão estava previsto para anteontem e será retomado
"a partir do momento em que
todas as dúvidas forem analisadas e dirimidas e o mercado estiver satisfeito com as respostas", diz o comunicado oficial.
É a segunda vez que a licitação é suspensa. Em setembro
de 2008, quando Costa ainda
era ministro, o Tribunal de
Contas da União determinou
mudanças no edital. O relançamento ocorre agora, a dois meses da campanha eleitoral.
Na época, a Controladoria-Geral da União também contestou o fato de Costa ter assinado portaria que transferiu da
Secretaria de Telecomunicações para a secretaria-executiva da pasta a função de coordenar o projeto.
Na prática, a medida repassou para José Vicente Santos,
então assessor parlamentar do
ministério, a tarefa de definir
os municípios atendidos. Entre
as atribuições dele estava a de
fazer a ponte entre congressistas e o ministério. A alteração
de competência, no entendimento da CGU à época, não poderia ser feita por portaria.
José Vicente foi indicado por
ele para assumir a Secretaria
de Telecomunicações, pasta estratégica por tratar da concessão de rádio e TV. Procurado
ontem, o ex-ministro não ligou
de volta à Folha.
Texto Anterior: Governo recua em plano de direitos humanos Próximo Texto: Foco: Deputado critica nome de "vilão" de "Tropa de Elite 2" Índice
|