São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 2002

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Para Garotinho, minipacote mostra que "o rei está nu"

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITAJAÍ (SC)

O candidato a presidente do PSB, Anthony Garotinho, afirmou ontem, em Itajaí (SC), que as medidas de ajuste fiscal anunciadas pela equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso revelam que "o rei está nu".
O presidenciável não se aprofundou numa análise do pacote por desconhecer detalhes do plano, mas disse que, no geral, as medidas "fazem parte de uma lógica que mostra o desacerto da política econômica". "Dentro da lógica do governo, não havia outro tipo de medidas que não as adotadas", afirmou.
"Agora o rei está nu", disse o candidato do PSB. De acordo com Garotinho, havia pelo menos três anos que ele vinha alertando para "o caminho errado" que a política econômica do governo FHC seguiu. "Mas eles [a equipe econômica" diziam que não."
De Itajaí, onde cumpria agenda de entrevistas a rádios e TVs locais, o presidenciável trocou telefonemas no início da tarde com o ex-secretário do Planejamento do Rio de Janeiro e economista Tito Ryff, para saber mais sobre o anúncio. Ryff é assessor do plano econômico da campanha.
Depois da conversa, optou por não entrar em detalhes. Segundo o candidato, o minipacote econômico que foi anunciado ontem "só resolve o problema momentaneamente".
"O que vai acontecer mais à frente é que o governo vai deixar sérios problemas para o próximo presidente da República", afirmou, referindo-se ao grau de endividamento do país no exterior.
Para Garotinho, o governo acertou ao recorrer a um empréstimo de US$ 10 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional). "Achei que foi uma atitude necessária, em função da crise que se criou, mas que poderia ter sido evitada se houvesse um rumo para a economia", declarou Garotinho.
Mesma avaliação o ex-governador do Rio dispensou à decisão do ministro da Fazenda, Pedro Malan, de diminuir o piso de reservas internacionais líquidas. "Da mesma forma, foi necessária. Isso é uma ameaça aos especuladores", declarou.

Especulação
Na interpretação de Garotinho, "eles [o governo] estão dizendo "Pode vir quente que eu estou fervendo". É uma resposta do tipo "Venha especular que eu tenho dólar para bancar'".
Mas, de acordo com o presidenciável, há limites. "Até quando isso vai continuar? Se a dívida cresce e o país não cresce, aumenta nossa vulnerabilidade".
O candidato ao Palácio do Planalto voltou a afirmações que têm pautado suas palestras em campanha pelo país: "A saída para o Brasil é crescer e acabou".



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