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Para Garotinho, minipacote mostra que "o rei está nu"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITAJAÍ (SC)
O candidato a presidente do
PSB, Anthony Garotinho, afirmou ontem, em Itajaí (SC), que as
medidas de ajuste fiscal anunciadas pela equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso revelam que "o rei está nu".
O presidenciável não se aprofundou numa análise do pacote
por desconhecer detalhes do plano, mas disse que, no geral, as medidas "fazem parte de uma lógica
que mostra o desacerto da política
econômica". "Dentro da lógica do
governo, não havia outro tipo de
medidas que não as adotadas",
afirmou.
"Agora o rei está nu", disse o
candidato do PSB. De acordo com
Garotinho, havia pelo menos três
anos que ele vinha alertando para
"o caminho errado" que a política
econômica do governo FHC seguiu. "Mas eles [a equipe econômica" diziam que não."
De Itajaí, onde cumpria agenda
de entrevistas a rádios e TVs locais, o presidenciável trocou telefonemas no início da tarde com o
ex-secretário do Planejamento do
Rio de Janeiro e economista Tito
Ryff, para saber mais sobre o
anúncio. Ryff é assessor do plano
econômico da campanha.
Depois da conversa, optou por
não entrar em detalhes. Segundo
o candidato, o minipacote econômico que foi anunciado ontem
"só resolve o problema momentaneamente".
"O que vai acontecer mais à
frente é que o governo vai deixar
sérios problemas para o próximo
presidente da República", afirmou, referindo-se ao grau de endividamento do país no exterior.
Para Garotinho, o governo acertou ao recorrer a um empréstimo
de US$ 10 bilhões do FMI (Fundo
Monetário Internacional). "Achei
que foi uma atitude necessária,
em função da crise que se criou,
mas que poderia ter sido evitada
se houvesse um rumo para a economia", declarou Garotinho.
Mesma avaliação o ex-governador do Rio dispensou à decisão do
ministro da Fazenda, Pedro Malan, de diminuir o piso de reservas
internacionais líquidas. "Da mesma forma, foi necessária. Isso é
uma ameaça aos especuladores",
declarou.
Especulação
Na interpretação de Garotinho,
"eles [o governo] estão dizendo
"Pode vir quente que eu estou fervendo". É uma resposta do tipo
"Venha especular que eu tenho
dólar para bancar'".
Mas, de acordo com o presidenciável, há limites. "Até quando isso vai continuar? Se a dívida cresce e o país não cresce, aumenta
nossa vulnerabilidade".
O candidato ao Palácio do Planalto voltou a afirmações que têm
pautado suas palestras em campanha pelo país: "A saída para o
Brasil é crescer e acabou".
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