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GOVERNO
Ministro diz que não tem poder e que é ilusão supor que ele possa nomear alguém sem a autorização do presidente
Dirceu afirma que é apenas o "executor" das decisões de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, minimizou ontem a
ampliação de seu poder sobre o
preenchimento de cargos do Executivo, afirmando que é "apenas
um executor de decisões" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde anteontem, por decreto
do presidente da República, o ministro da Casa Civil acumula o poder de preencher todos os postos
de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) do Executivo, que
somam ao todo 17.851 cargos de
confiança. Dirceu pode delegar as
nomeações aos ministros.
"Eu não tenho poder nenhum.
Quem tem poder é o presidente
da República, que foi eleito pelo
povo. Sou ministro, sou auxiliar
dele. Essa história de que sou ministro forte é muito bom para
vender jornal. Mas, na realidade,
não conta nada", disse Dirceu ao
chegar à reunião de deputados estaduais do PT, em Brasília.
Desde anteontem, Dirceu acumula o poder de preenchimento
de todos os postos de Direção e
Assessoramento Superiores
(DAS) do Executivo, o que representa 17.851 cargos de confiança.
Decreto assinado por Lula permite que Dirceu delegue as nomeações aos ministros. Mas também
pode fazê-las por conta própria.
Antes da medida, o preenchimento dos cargos de níveis 1 a 4
(com salários que variam de R$
3.584 a R$ 5.794) podia ser feito
pelos próprios ministros, sem a
interferência do ministro-chefe
da Casa Civil. "É história dizer que
[o decreto] aumenta o poder da
Casa Civil e do ministro Dirceu. É
história para boi dormir", disse
ele, para quem o decreto é "uma
medida burocrática normal".
Lembrando que acompanha
Lula há 23 anos "com absoluta
lealdade, sentido de hierarquia e
disciplina", Dirceu disse que é ilusão acreditar que haverá nomeações sem a autorização do presidente. "É ilusão. É sonho de uma
noite de verão alguém achar que
uma nomeação possa sair sem a
chancela, a autorização e a determinação do presidente Lula."
Governo ou oposição
Ao ser questionado se poderia
ser mais fácil lidar com parlamentares estaduais do que com federais, Dirceu aproveitou para cobrar apoio ao governo federal.
"Parlamentar do PT é sempre
indócil, rebelde e irrequieto. Está
sempre discutindo e debatendo.
Isso é uma coisa. Agora, temos
que ser os primeiros a apoiar o
presidente Lula. Se não, aí não é
governo. É preciso decidir se é governo ou oposição. Não existe
meio-termo político", declarou.
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