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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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"Sou mulher de um homem só, diz ex de ministro

DO ENVIADO A CRUZEIRO DO OESTE (PR)

Leia a seguir entrevista dada à Folha por Clara Becker, ex-mulher de José Dirceu durante sua estada em Cruzeiro do Oeste:
 

Folha - A sra. pretende se encontrar com o ministro?
Clara Becker -
O quê? Vou ao jantar para ele em Umuarama, ao almoço aqui eu vou também, ao jantar aqui e ao show à noite!

Folha - Então o coração ainda bate mais forte pelo "Carlos"?
Becker -
[Com os olhos cheios de água] Sou mulher de um homem só. Não casei outra vez. Achei meu amor, mas não deu certo. Nem namorei ninguém depois. O "Carlos" não foi meu primeiro namorado mas foi o último.

Folha - Hoje em dia a sra. se dá bem com o José Dirceu?
Becker -
Muito bem. Mas nunca o chamo de Dirceu, só de "Carlos". Quer dizer, agora até chamo, sempre chamamos ele de Carlos, não dá para mudar, né?

Folha - A sra. liga para ele de vez em quando?
Becker -
Não, porque não tenho muito o que falar com ele. Quer dizer, quando preciso dar umas chamadas nele eu ligo, reclamar alguma coisa [risos].

Folha - Mas houve briga?
Becker -
Não. É que não deu, ele é político, foi para São Paulo e eu fiquei aqui. E eu não podia largar tudo. E a coisa longe não dá certo. Cheguei a ir umas vezes, a gente morou junto na rua Pinheiros, em cima de um restaurante. A política e a distância mataram o amor.

Folha - E o filho?
Becker -
O Zeca tinha um ano quando nos separamos, mas o Dirceu sempre vinha para cá, no começo uma vez por mês, depois no Natal, aniversário. Quando começamos a brigar muito ele disse: "Você só tem uma rival: a política". Hoje ele só liga para política...

Folha - A sra. guarda mágoa?
Becker -
Não, não... No começo, pensei em cortar definitivamente com tudo. Mas ia machucar meu filho, então continuei amiga, recebendo em casa.

Folha - Viu que ele agradeceu à sra. no discurso de posse?
Becker -
Não, eu não fui à posse... O Zeca falou que foi emocionante, que foi bom. Mas, realmente, eu dei muita mão para o Dirceu.

Folha - A sra. sabia quem ele era na verdade?
Clara -
Nada. Não desconfiava.

Folha - E era bom marido?
Clara -
Era ótimo. Não era mulherengo, não bebia, não fumava, não saía à noite, ajudava na louça, eu lavava e ele enxugava, o marido que toda mulher quer.


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