São Paulo, sábado, 14 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Aplainar as coisas"

Numa das escutas da PF em poder da CPI do Detran gaúcho, Flávio Vaz Netto, ex-presidente do órgão, relata a Antônio Dorneu Maciel, ex-diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica e ex-tesoureiro do PP, detalhes de encontro com Yeda Crusius no Palácio do Piratini, em agosto de 2007, no qual pediu "um espaço" na agenda da governadora para conversar.
No diálogo com Maciel, Vaz Netto cita o marido de Yeda, Carlos Crusius, que cuidaria do encontro. O objetivo seria "aplainar algumas coisas" no Detran, que está no centro do escândalo de corrupção que balança o governo. Vaz Netto diz que Yeda foi "muito carinhosa". E Maciel responde: "Que ótimo! Me deve essa!". Ambos chegaram a ser presos na Operação Rodin.



Timing. A oposição a Yeda na Assembléia e o vice-governador trabalham com horizontes diferentes. PT e PSOL querem derrubar a tucana antes da metade do mandato, forçando nova eleição. Já Feijó prefere cozinhá-la em fogo mais baixo, na esperança de herdar a cadeira com um impeachment a partir de 2009.

Pano rápido 1. Se depender do governo, Roberto Teixeira não será o único a escapar. Romero Jucá (PMDB-RR) desembarca em Brasília na terça propondo o cancelamento de todos os depoimentos do caso Varig. "Esse episódio está superado. É briga de sócios. O Senado não tem nada a ver com isso", diz o líder.

Pano rápido 2. O objetivo da ação para desarticular todas as oitivas é, além de manter Teixeira na sombra, evitar que Marco Antonio Audi, o homem que diz ter pago US$ 5 mi ao compadre de Lula, repita a acusação e, eventualmente, apresente provas.

Eu não. O presidente da Previ, Sérgio Rosa, nega ter conversado sobre Dilma Rousseff ao encontrar o ex-ministro Luiz Gushiken quarta no aeroporto de Brasília.

Clorofila. Clodovil Hernandes (PR-SP) festejou o arquivamento, pelo STF, da acusação de que teria cometido crime ambiental ao construir sua casa em Ubatuba. "No terreno plantei mais de 4.000 espécies. Sou da Frente Parlamentar Ambientalista", diz o deputado, que ofereceu a vitória ao ministro Carlos Minc.

A conferir. O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e o paulista, Mendes Thame, negociam com os kassabistas da sigla, Walter Feldman à frente, uma solução de compromisso: o documento que defende a aliança em torno da reeleição do prefeito seria apresentado na convenção tucana do dia 22 como "ato político", mas não votado.

Sortido. Entre secretários municipais, subprefeitos e vereadores, não faltarão representantes tucanos na convenção do DEM que oficializa hoje a candidatura de Kassab.

Baixa. Felipe Sigolo deixa a subprefeitura de Vila Prudente nesta terça-feira. Trata-se de um alckmista que foi parar na gestão Serra/Kassab e agora deve se engajar na campanha do ex-governador.

Dançou. Os tucanos retiraram na última hora o apoio a Valéria Pires Franco (DEM) em Belém. A articulação para melar a aliança foi feita pelo ex-governador Simão Jatene, que atua afinado com o prefeito Duciomar Costa (PTB).

Em tempo. É o deputado Rogério Marinho, pré-candidato em Natal, que pede a validação de mais de 3 mil novos filiados ao PSB para que possam votar na convenção. A governadora Wilma Faria e o prefeito Carlos Eduardo, que defendem aliança com o PT, querem anular as filiações.

Máquina. Indicado pelo governador Blairo Maggi para comandar um dos maiores orçamentos da Esplanada, o do Dnit, Luiz Antonio Pagot trabalha para reeleger Murilo Domingos (PR) em Várzea Grande (MT). Mote da campanha: com Blairo e Pagot, a cidade terá recursos do PAC.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Os políticos enfrentam grampos todos os dias. Eu, por exemplo, passei a dar bom dia e boa noite para os meus grampeadores no telefone."

Do deputado ONYX LORENZONI (DEM-RS), tentando aliviar a barra do correligionário Paulo Feijó, vice que complicou a situação da governadora Yeda Crusius ao gravar conversa com o então chefe da Casa Civil.

Contraponto

Subiu no telhado

Líder da bancada do PSDB na legislatura passada, Jutahy Júnior (BA) se preparava para iniciar um pronunciamento importante quando, já em plenário, foi informado por sua secretária da morte de um amigo querido. Abalado, mal conseguiu levar o discurso até o fim. De volta ao gabinete, o deputado pediu à auxiliar:
-Por favor, nunca mais faça me uma coisa dessas! Eu perdi totalmente a concentração...
Meses depois, durante uma sessão, o tucano recebeu uma ligação da secretária no celular:
-Deputado, o senhor vai fazer algum discurso hoje?
-Por quê? Quem morreu?


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