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Filho da governadora do RN e mais 12 são presos pela PF
Ação desarticula suposto grupo que fraudava licitações na Secretaria da Saúde do Estado
Além de Lauro Maia, estão entre os outros detidos a procuradora Rosa Câmara
e o secretário-adjunto de Esportes do RN, Bahia Neto
Marcelo Barroso - 8.nov.05/"Tribuna de Natal"
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Lauro Maia, acusado de atuar em esquema em prol de empresas
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal prendeu
ontem na Operação Hígia o filho da governadora do Rio
Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), e outras 12 pessoas
em ação para desarticular uma
suposta quadrilha que fraudava
licitações para contratação de
serviços superfaturados pela
Secretaria da Saúde do Estado.
A PF avalia que os desvios de
dinheiro público tenham alcançado R$ 36 milhões em cerca de três anos. As apurações
começaram no final de 2005.
Um dos quatro filhos da governadora, o advogado Lauro
Maia, 42, preso na operação,
trabalhou até o último dia 9 como assessor do deputado federal Rogério Marinho (PSB-RN).
Foram presos o secretário-adjunto de Esportes do RN,
João Henrique Lins Bahia Neto, e Rosa Maria Câmara, procuradora do Estado. Seis servidores estaduais foram detidos
sob suspeita de corrupção e tráfico de influência em contratações emergenciais. Os outros
presos são ligados às empresas
do suposto esquema.
Amigo da governadora, Bahia
Neto trabalhou no gabinete de
Wilma até o final de seu primeiro mandato (2003-2006). A
procuradora é suspeita de ter
recebido propina para apresentar pareceres favoráveis às firmas ligadas às fraudes.
Segundo o Ministério Público Federal, Lauro Maia trabalhou no gabinete de sua mãe e
como assessor parlamentar de
seu pai, o deputado estadual
Lavoisier Maia (PSB). Lauro
Maia e Bahia Neto são suspeitos de ter usado influência política para beneficiar empresas
do suposto esquema. A Procuradoria informou não haver
provas de que Wilma soubesse
ou participasse das fraudes.
Ontem à noite, o Tribunal
Regional Federal da 5ª Região,
com sede em Recife, negou habeas corpus para Lauro Maia,
Rosa Câmara e Bahia Neto.
Segundo a PF, ao menos quatro empresas se associavam para combinar preços e condições
das propostas apresentadas à
Saúde estadual. Os contratos tinham como objeto serviços de
higienização hospitalar e de locação de mão-de-obra.
As empresas se revezavam
para vencer as licitações e rateavam o valor a ser pago. A divisão do dinheiro era mensal,
diz a PF, e o pagamento chegava a R$ 2,4 milhões ao mês.
As investigações apontam irregularidades na assinatura de
aditivos aos contratos. Para que
propostas com preços superiores aos de mercado fossem
aceitas, empresários pagavam
propina a pessoas ligadas ao governo. A PF cumpriu 42 mandados de busca e apreensão.
A ação foi um desdobramento da Operação União, de 2005,
que investigou irregularidades
em licitações na Secretaria da
Saúde.
(MATHEUS PICHONELLI, JOÃO CARLOS MAGALHÃES E LUCAS FERRAZ)
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