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Estudo aponta baixo efetivo para proteger ambiente
Segundo relatório do Ministério da Justiça, cada policial ambiental monitora uma área equivalente à metade do município de SP
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento recém-concluído pelo Ministério da Justiça revela o desaparelhamento e
o baixo efetivo do policiamento
ambiental nos Estados. De
acordo com o relatório, cada
policial voltado para essa atividade monitora, em média, uma
área equivalente à metade do
município de São Paulo.
Nos Estados da Amazônia
Legal, a proporção é 458% superior à média nacional: um
policial ambiental a cada 4.800
km2, quase o tamanho do Distrito Federal.
Segundo o relatório, são
8.860 policiais, na maioria militares, que atuam em atividades ambientais, como no combate ao desmatamento ilegal,
apreensão de madeiras, poluição de rios e tráfico de animais.
A maior proporção está no
Amazonas: um profissional a
cada 174,5 mil km2. Os próximos do ranking são Pará, Piauí,
Bahia, Maranhão e Tocantins.
"Os Estados de colonização
recente têm muita área inóspita. Seria uma coisa muito discrepante a quantidade de policiais ambientais para uma população relativamente pequena", diz Alex Canuto, técnico
da Secretaria Nacional de Segurança Pública, responsável
pelo relatório.
"O que é mais importante:
ter mais policiais evitando assaltos numa grande cidade ou
ter mais policiais fora do perímetro urbano protegendo o
meio ambiente", completa.
Os dados foram encaminhados pelos Estados em 2007 e
no início de 2008. Três não responderam ao questionário:
Acre, Mato Grosso e Roraima,
todos eles da Amazônia Legal.
As informações são referentes a dezembro de 2006, ou seja, defasadas em dois anos e
meio. Esse quadro, porém,
pouco mudou, diz Canuto.
A página na internet Polícia
Militar Ambiental do Brasil
(www.pmambientalbrasil.org.br), mantida pelo tenente-coronel da PM Ângelo Rabelo,
cita o número de 8.170 policiais
ambientais.
A quantidade de veículos em
uso para as atividades também
indica o despreparo das polícias estaduais. Há um veículo
(como carro, lancha, barco e
jet-ski) a cada 3.345 km2 -área
equivalente a três vezes a cidade do Rio de Janeiro.
Na maioria dos Estados, os
policiais ambientais atuam
também em outras atividades.
A dedicação é exclusiva em
apenas oito deles: Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina.
Esse tipo de relatório serve,
em tese, para o governo federal
propor auxílio financeiro em
troca de projetos a serem apresentados pelos Estados. Neste
ano, porém, isso está descartado, por conta dos cortes orçamentários justificados pela crise econômica internacional.
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