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Segundo pesquisador, linhão
só seria necessário em 2015
da Agência Folha, em Belém
O linhão Tramoeste, que levará
energia da hidrelétrica de Tucuruí
para 15 municípios do oeste paraense, só seria necessário em
2015, segundo a avaliação do consultor de empresas Raymundo
Ruy Bahia, ex-superintendente da
Petrobrás na região Norte entre
1978 e 1983. O presidente Fernando Henrique Cardoso inaugura
hoje a primeira etapa do projeto.
Bahia acredita que a obra foi
"superestimada". "A demanda
atual da região é de 35 mW (megawatts). O linhão só seria necessário
quando chegasse a 120 mW."
A solução apontada pelo pesquisador seria a utilização de termelétricas, a diesel ou movidas a gás
natural. Essas termelétricas custariam cerca de R$ 40 milhões. Os
governos federal e do Pará investem aproximadamente R$ 240 milhões no linhão Tramoeste.
A Eletronorte (Centrais Elétricas
do Norte do Brasil), empresa do
governo federal, é responsável pela transmissão de energia até as estações de distribuição, o que equivale a 73% do dinheiro investido.
A Celpa (Centrais Elétricas do
Pará) gasta os outros 27% na distribuição da energia aos consumidores finais nas cidades e vilarejos.
Para o pesquisador, o projeto
não beneficiaria 800 mil pessoas,
como anuncia o governo, porque
algumas das cidades da região, como Santarém, já recebem energia
de outras pequenas hidrelétricas.
A Eletronorte chegou a tal estimativa baseada nos números do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a população de cada uma das cidades
atendidas pelo linhão.
Bahia diz ainda que a transmissão de energia feita por esse tipo de
linhão é mais dispendiosa e causa
mais danos ecológicos. Tanto um
gasoduto de gás natural como os
fios de alta tensão necessitam de
uma "área de servidão", espaço
que deve permanecer desmatado e
longe das habitações. Segundo o
pesquisador, com gasodutos a
área desmatada seria cinco vezes
menor que com o uso de cabos.
Outra desvantagem seria a inundação necessária para a construção de uma hidrelétrica.
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