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TREM DA ALEGRIA
Proposta beneficia cerca de 4.000 funcionários
Emenda efetiva sem concurso servidores
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
Um "trem da alegria" com pelo
menos 4.000 passageiros está em
gestação no Senado Federal. Uma
proposta de emenda constitucional do líder do governo no Congresso, José Roberto Arruda
(PSDB-DF), efetiva sem concurso
público servidores de empresas
públicas que estejam prestando
serviços à administração direta há
mais de dez anos.
Os beneficiários da proposta são
aproximadamente 4.000 servidores do Serpro (Serviço Federal de
Processamento de Dados) que
prestam serviços na Secretaria de
Receita Federal, na Secretaria do
Tesouro, no Serviço do Patrimônio da União e na Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional.
Arruda é candidato do PSDB ao
governo do DF. A proposta recebeu parecer favorável do senador
Romeu Tuma (PFL-SP) na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) e será discutida em plenário na
próxima semana. Ela precisa ser
aprovada em dois turnos pelo Senado e pela Câmara.
Questionado se a proposta não
resultaria em um "trem da alegria", Arruda disse: "Você não
deixa de ter um pouco de razão,
mas o erro já foi cometido. Foi um
erro do governo da época e de todos os outros". Ele apontou o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, como um dos responsáveis. "Uma das pessoas que
mais nos motivaram foi o próprio
Everardo. Pessoalmente, acho que
não tem outro caminho, mas a
proposta está em discussão."
Arruda confirma que o principal
motivo foi a situação dos servidores do Serpro contratados há mais
de dez anos. "Eles atuam em funções absolutamente necessárias e
imprescindíveis para a administração tributária e a arrecadação
de impostos." Questionado se a
solução não seria a realização de
concurso público para preencher
as 4.000 vagas, disse: "Quem não
passar no concurso entra na Justiça e ganha porque executa o mesmo serviço dos efetivos".
A reportagem da Folha telefonou para a Secretaria de Receita
Federal sexta pela manhã e solicitou falar com Maciel. A secretária
informou que ele estava viajando,
mas que seria avisado. Outra secretária disse, à tarde, que Maciel
foi informado e disse que desconhecia o assunto.
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