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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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PT resiste à paridade, diz Genoino

PLÍNIO FRAGA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou ontem que o partido aceita a integralidade -manutenção do último salário da ativa quando o atual servidor público se aposenta-, mas resiste à paridade -concessão dos mesmos reajustes dos funcionários da ativa aos inativos.
"No debate interno, a integralidade é mais aceita e a paridade tem mais restrição. Mas não deliberamos sobre isso. O Diretório Nacional transferiu à Executiva e às bancadas a decisão sobre essas regras de transição", declarou o presidente do PT.
Na semana passada, os líderes partidários e representantes dos sindicatos dos servidores e do Judiciário discutiram a adoção da integralidade e da paridade.
Amanhã, em três reuniões com servidores, representantes do Judiciário e uma comissão de cinco governadores, o governo tentará chegar a um acordo sobre o tema.
Os dois dias de reunião do Diretório Nacional do PT encerraram-se com a vitória expressiva do chamado campo majoritário, que inclui as tendências moderadas que controlam o partido.

Esquerda atropelada
A esquerda petista, minoritária, reclama de ter sido atropelada pela maioria moderada durante a votação da resolução partidária.
Parlamentares petistas citaram como exemplo de descontentamento do "rolo compressor" o comportamento do presidente da Câmara, João Paulo Cunha. Ele se absteve quando foi para votação o fechamento de questão em torno das propostas de reforma previdenciária e tributária, o que obriga os parlamentares a seguirem a determinação do partido.
João Paulo, tradicionalmente ligado ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, era contra o fechamento de questão agora, quando não há nem sequer uma proposta finalizada. Achava ser uma precipitação que reduzia o papel dos parlamentares.
A maioria da Articulação, principal tendência do campo majoritário, não aceitou a argumentação e aprovou o fechamento de questão. Para petistas, José Dirceu desautorizou as negociações entre os parlamentares que vinham sendo comandadas pelo presidente da Câmara.

Pelas reformas
O Diretório Nacional do PT aprovou anteontem à noite, por 52 votos a 26, a obrigatoriedade de os parlamentares do PT votarem a favor das reformas. O diretório aprovou a criação da contribuição previdenciária para os funcionários inativos e de um regime universal de Previdência, com piso e teto definidos.
No texto aprovado, o diretório informou que, para a votação das reformas, não poderá ser aplicado o disposto no artigo 67 do Estatuto do PT -que permite a dispensa no cumprimento de decisão coletiva em caso de "objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo".
"Isso é uma aberração estatutária", disse a senadora Heloisa Helena, ameaçada de expulsão por criticar o governo federal.
Uma segunda resolução de apoio aos rumos da política econômica atual obteve 56 votos favoráveis. Duas proposições da esquerda petista de mudança nos rumos da economia obtiveram somadas 25 votos.


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