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PT resiste à paridade, diz Genoino
PLÍNIO FRAGA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou ontem que o
partido aceita a integralidade
-manutenção do último salário
da ativa quando o atual servidor
público se aposenta-, mas resiste à paridade -concessão dos
mesmos reajustes dos funcionários da ativa aos inativos.
"No debate interno, a integralidade é mais aceita e a paridade
tem mais restrição. Mas não deliberamos sobre isso. O Diretório
Nacional transferiu à Executiva e
às bancadas a decisão sobre essas
regras de transição", declarou o
presidente do PT.
Na semana passada, os líderes
partidários e representantes dos
sindicatos dos servidores e do Judiciário discutiram a adoção da
integralidade e da paridade.
Amanhã, em três reuniões com
servidores, representantes do Judiciário e uma comissão de cinco
governadores, o governo tentará
chegar a um acordo sobre o tema.
Os dois dias de reunião do Diretório Nacional do PT encerraram-se com a vitória expressiva do
chamado campo majoritário, que
inclui as tendências moderadas
que controlam o partido.
Esquerda atropelada
A esquerda petista, minoritária,
reclama de ter sido atropelada pela maioria moderada durante a
votação da resolução partidária.
Parlamentares petistas citaram
como exemplo de descontentamento do "rolo compressor" o
comportamento do presidente da
Câmara, João Paulo Cunha. Ele se
absteve quando foi para votação o
fechamento de questão em torno
das propostas de reforma previdenciária e tributária, o que obriga os parlamentares a seguirem a
determinação do partido.
João Paulo, tradicionalmente ligado ao ministro-chefe da Casa
Civil, José Dirceu, era contra o fechamento de questão agora,
quando não há nem sequer uma
proposta finalizada. Achava ser
uma precipitação que reduzia o
papel dos parlamentares.
A maioria da Articulação, principal tendência do campo majoritário, não aceitou a argumentação
e aprovou o fechamento de questão. Para petistas, José Dirceu desautorizou as negociações entre
os parlamentares que vinham
sendo comandadas pelo presidente da Câmara.
Pelas reformas
O Diretório Nacional do PT
aprovou anteontem à noite, por
52 votos a 26, a obrigatoriedade
de os parlamentares do PT votarem a favor das reformas. O diretório aprovou a criação da contribuição previdenciária para os
funcionários inativos e de um regime universal de Previdência,
com piso e teto definidos.
No texto aprovado, o diretório
informou que, para a votação das
reformas, não poderá ser aplicado
o disposto no artigo 67 do Estatuto do PT -que permite a dispensa no cumprimento de decisão
coletiva em caso de "objeções de
natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo".
"Isso é uma aberração estatutária", disse a senadora Heloisa Helena, ameaçada de expulsão por
criticar o governo federal.
Uma segunda resolução de
apoio aos rumos da política econômica atual obteve 56 votos favoráveis. Duas proposições da esquerda petista de mudança nos
rumos da economia obtiveram
somadas 25 votos.
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