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Cacique reclama de visitantes
DA ENVIADA AO XINGU
Segundo Kotok Kamayurá, há
muita gente, especialmente estrangeira, que procura as aldeias
para realizar projetos com os índios. Um marroquino chamado
Kamal foi aprender a ciência do
pajé Tacumã. O marroquino sumiu há oito anos. Kotok contou
mais: "O caminhão a gente comprou com o dinheiro de filmagem
de um pessoal do Japão, da festa
Tauaraná e Taquara, pagaram para nós R$ 10 mil. Ficaram dez dias
aqui. Só que estavam vendendo
imagem nossa em todo lugar. A
Funai pegou, eles pagaram."
Kotok disse que "o trator foi
doação de um casal americano.
Dormiu aqui, ficou de ajudar,
[disseram] que o sonho deles era
vir ao Xingu. O trator quebrou
desde que chegou". O cacique reclama que os antropólogos não
deixam livros sobre o Xingu na
escola. E houve até biopirataria na
aldeia. "Tem o livro que meu pai
fez o trabalho de ensinar a usar
plantas para curar. O biólogo sumiu. A Funai está denunciando."
"Criamos a associação Mavutsinin para criar projetos com trocas
culturais. Tem o projeto de mel,
roça, escola. Se [alguém] vier para
cá filmar ou fazer outro trabalho,
ajuda a associação", diz, e pede
que seja divulgado o telefone para
contato (0/xx/ 61/313-3739).
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