São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Itamar dá o troco

O ex-presidente Itamar Franco se prepara para se vingar do apoio dado por Lula para que Newton Cardoso o derrotasse na convenção do PMDB. Itamar telefonou para o presidente do PMDB, Michel Temer, e anunciou que está pronto para declarar apoio ao tucano Geraldo Alckmin na sucessão presidencial.
A conversa se deu na quarta-feira, mesmo dia em que Temer e outros caciques da ala oposicionista aderiram ao tucano. Sua presença está sendo tratada como a "cereja do bolo" do ato de apoio de boa fatia do PMDB a Alckmin, numa resposta aos governistas que fecharam com Lula. "Eles [lulistas] fizeram um carnaval, mas entregaram ao presidente os mesmos 30% do partido que sempre tiveram", diz Eliseu Padilha (RS).

Xodó. Em meio ao bate-boca entre governo e oposição, deputados da base de sustentação de Lula farão visita de solidariedade a Cláudio Lembo (PFL) na segunda-feira. A iniciativa partiu de Luiza Erundina (PSB), mas vários petistas já confirmaram presença.

Briefing. Antes da reunião em que definiu o pacote que será levado hoje a Lembo, a cúpula federal da segurança se reuniu com Lula, pela manhã, no Alvorada. Relataram antes ao presidente as medidas que seriam propostas.

Diga "xis". Aliados de Geraldo Alckmin dizem que o encontro do candidato ontem com Lembo foi principalmente para evitar que o governador, no futuro, volte a acusar o antecessor de "falta de solidariedade". "Qualquer coisa temos a foto", diz um tucano.

Copyright. Coordenador da área de segurança do plano de governo de Lula, José Vicente Tavares é fã do polêmico Tolerância Zero, implementado em Nova York. Elogia a "limpeza" feita nas polícias, a rede de comunicação montada e as ações sociais.

Cautela. O plano do PT descartará o endurecimento de leis como a de crimes hediondos e de execuções penais, consideradas inócuas.

Visões da crise. O site do PFL se dedicou ontem quase exclusivamente a reforçar as acusações de Jorge Bornhausen sobre "elos" entre PT e PCC. Já a página dos tucanos não fez qualquer menção ao caos na segurança paulista.

Ficção. Criada às pressas após a onda de violência do PCC em maio, a comissão da Câmara para elaborar propostas para segurança nunca se reuniu. PFL, PSB e PDT nem indicaram membros.

Rush. O governo orientou os ministros a cumprirem expediente pelo menos até as 17h durante a semana. "Depois disso, estamos liberados para fazer campanha", diz Luiz Marinho (Trabalho).

Preleção. Após voltar da Rússia, na semana que vem, Lula começará a chamar seus ministros um a um para distribuir tarefas de campanha. Alguns serão autorizados pelo presidente a se licenciar.

Retardatário. José Ivo Vannuchi, último representante da "turma de Ribeirão Preto" na Fazenda, deixou ontem o cargo de assessor parlamentar. Vai ajudar o amigo Antonio Palocci na disputa por uma vaga na Câmara.

Fora. Antonio Lavareda não fará pesquisas para a campanha de Geraldo Alckmin. Mas o cientista político, que divergiu da equipe de comunicação do tucano, continuará trabalhando para o PFL e o PSDB.

Bicão. Rosinha Matheus subiu nas tamancas com o fato de Lula ter faturado, ontem, evento para o lançamento oficial do Pan 2007, no Rio. O ato foi patrocinado pelo governo do Estado e pelo COB.

Pausa. Enquanto a campanha começa a pegar fogo, o vice da presidenciável Heloísa Helena (PSOL), Cesar Benjamin, tirou a semana para descansar no interior do Rio. Sem acesso a internet ou fax.

Tiroteio

Não foram os petistas que levaram uma advogada do PCC para negociar com os líderes presos da facção criminosa, em avião do governo do Estado de São Paulo.


Do deputado LUIZ EDUARDO GREENHALGH (PT-SP), rebatendo a associação feita pelo pefelista Jorge Bornhausen entre o PCC e o PT.

Contraponto

Público interno

Na reunião ministerial de terça, o presidente Lula repassou a sua equipe orientações para a campanha. Um dos mais animados era seu vice, José Alencar, que a toda hora fazia comentários entusiasmados, inclusive sobre a economia. A atitude surpreendeu a todos, já que Alencar passou o mandato inteiro reclamando dos juros altos.
Quando a reunião já estava acabando, Alencar pediu para sair. Precisava viajar a Minas Gerais. Ao ver o companheiro de chapa se levantar, Lula mandou um recado.
-Ô Zé, é para falar bem de mim lá em Minas, hein!
O vice sorriu amarelo e saiu de fininho, enquanto o presidente e os outros ministros se divertiam.


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