São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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Presidente recebe apoios de mensaleiros, Okamotto e até juiz da operação Anaconda

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT decidiu voltar às origens do partido para fazer o lançamento oficial da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Cerca de 2.700 convites foram vendidos para o jantar no restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo do Campo, local que há 27 anos foi utilizado para as primeiras reuniões do partido.
Nas mesas, os convidados receberam um guardanapo de pano com a foto de Lula e a frase "Jantei com Lula e apóio a reeleição". Apesar disso, o presidente deixou o local por volta das 23h e não comeu o tradicional frango com polenta. Lula também não percorreu as mesas para saudar os convidados, que pagaram R$ 200 pelo jantar, como havia sido prometido pela organização do evento.
"Essa não é o nosso primeiro lançamento de candidatura. Desde 1982 nós fazemos isso. Aqui, neste restaurante nós rascunhamos um manifesto do PT. Aqui, nesta cidade, os trabalhadores escreveram uma página memorável da luta democrática no nosso país", afirmou o presidente.
Além da presença de ministros, parlamentares e governadores petistas, aderiram à campanha personagens polêmicos, como o ex-juiz federal Ali Mazloum, afastado durante a operação Anaconda (investigação da Polícia Federal sobre venda de sentença judicial).
O ex-presidente nacional do PT José Genoino, que teve seu nome vinculado a empréstimos irregulares feitos pelo partido e foi obrigado a se afastar da presidência da legenda, percorreu cabisbaixo o salão e não quis falar com a imprensa.
Dos deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão, compareceram ao ato João Paulo e Professor Luizinho. O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que pagou dívidas de campanha de Lula e prestou depoimento à CPI dos Bingos, também registrou presença. Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, envolvido no escândalo da quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos, foi um dos convidados para o jantar.
Ante a excessiva fiscalização após o escândalo do caixa dois, o PT criou uma ala específica do restaurante com a placa "recibos eleitorais". O objetivo era entregar a todos os doadores e compradores de convites os recibos, conforme exige a legislação eleitoral. (LC e MD)


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