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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Crise apressa propostas de candidatos para segurança
Tucano quer integrar órgãos de inteligência; petistas criticam "polícia reativa'
PT e PMDB vão buscar na
Comissão de Segurança da
Assembléia elaboradores de
seus planos; Serra escala
vice e ex-ministro da Justiça
CATIA SEABRA
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise de segurança pública
em São Paulo está pressionando os candidatos ao governo do
Estado a apressar suas propostas para a área e a buscar ajuda
de especialistas para tratar do
tema. Até agora, nenhum dos
três concorrentes mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto apresentou um programa de governo oficial.
Candidato da situação, o tucano José Serra tem tarefa dupla: discutir propostas e responder às críticas ao governo
estadual, há 12 anos sob administração do PSDB e classificado por seus adversários como
ineficiente na condução de políticas de segurança.
Serra escolheu seu vice, o deputado federal Alberto Goldman (PSDB), e Aloysio Nunes
Ferreira, ministro da Justiça
no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), para
elaborar seu programa para a
segurança. Mas o plano oficial
ainda não foi apresentado.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o tucano aponta a
integração dos órgãos de inteligência como uma prioridade.
Ele defende o fim das cadeias
em delegacias e a construção de
presídios. "Promoveremos ampla realocação de presos entre
as unidades segundo seu grau
de periculosidade e turbinaremos a implantação de centros
de ressocialização", diz Serra.
PT e PMDB
Aloizio Mercadante (PT) e
Orestes Quércia (PMDB) buscaram na Assembléia Legislativa de São Paulo dois dos principais críticos do atual secretário
da Segurança do Estado, Saulo
de Castro Abreu Filho, para a
elaboração de seus planos.
Do lado petista, foi indicado
Vanderlei Siraque, vice-presidente da Comissão de Segurança da Assembléia. O PMDB escolheu Romeu Tuma Júnior,
também da comissão e deputado-corregedor da Assembléia.
Siraque, mestre em direito
constitucional, foi autor do pedido de CPI sobre a suposta
maquiagem nos boletins de
ocorrência pelo governo paulista. A suspeita era que parte
das ocorrências de crimes graves, como homicídio, seria registrada como casos mais simples nas estatísticas estaduais.
Para o petista, os 12 anos de
governo PSDB foram marcados
pela falta de política para a segurança. "É uma polícia [apenas] reativa", afirmou ele.
Um ponto que Siraque disse
ter incluído no plano, que ainda
será analisado por Mercadante
para a palavra final, é criar um
apoio para familiares das vítimas, com indenizações e acompanhamento psicológico.
O cientista político Guaracy
Mingardi, do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas
para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, faz
parte do grupo de pessoas indicadas por Mercadante.
Para ele, está evidente que o
Estado investiu mal a verba da
segurança, já que, nos ataques,
policiais foram pegos de surpresa. "Agiram depois, como
boxeadores encurralados nas
cordas. Grogues, bateram para
o lado que estavam virados."
O deputado Tuma Júnior,
que acusa o governo de praticar
assassinatos para mostrar força, propõe valorizar a inteligência policial e as estratégias de
política de segurança. Ele diz
que a indicação política para
cargos de chefia, em especial o
comando dos presídios, enfraquece a qualidade do serviço.
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