São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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PAINEL

Pacto de Moncloa
FHC dirá aos presidenciáveis, na segunda, que a economia mundial poderá viver em 2003 uma crise de graves proporções. Para o Brasil enfrentá-la, seriam necessários uma grande coalizão política e um compromisso de todos com a estabilidade.

Trocar de calçada
Conformado com a decisão de FHC de se reunir com os presidenciáveis, Serra fez uma exigência: não aceitava cruzar com Ciro no Planalto. Foi atendido. Ciro será o primeiro a se reunir com FHC, e Serra, o último.

Um comício tucano
Serra tomou uma bronca anteontem de uma estudante em evento no clube Pinheiros, em SP, da campanha do tucano. Luisa Tess disse ao presidenciável que não achava certo a separação, por grades, no ato, entre os eleitores VIPs e os não-VIPs.

Tela quente
O debate entre os candidatos ao governo de MT no domingo, na TV Bandeirantes, originou um escândalo no governo Dante de Oliveira (PSDB). Provocado por Antero Paes (PSDB), Blairo Maggi (PPS) disse que seu pai, André, teve de pagar propina a gente graúda no governo.

Meio a meio
Blairo Maggi movimenta por ano cerca de US$ 500 mi e é considerado o maior sojicultor individual do mundo. Seu pai morreu em 2001. Teria pago a uma autoridade do MT comissão de 50% do valor total de um crédito que reivindicava. O Ministério Público já apura a denúncia.

Brasil real
Depois de ter a eletricidade cortada, a Universidade Federal do Rio de Janeiro negocia com a Telemar e com a Embratel para não ficar sem telefone.

Ano eleitoral
Foi ACM quem articulou resposta do Fórum das Entidades Negras da Bahia aos ataques sofridos por Ciro após o presidenciável ter discutido com um estudante negro. A entidade divulgou manifesto na qual critica o PT por explorar o caso.

Contrapropaganda
O Fórum das Entidades Negras reúne 120 grupos da Bahia, entre elas o Olodum e o Ilê Aiyê. A entidade também convidou Ciro para um debate sobre a questão racial, em setembro.

Voto futuro
José Genoino vive (PT) um dilema em sua campanha. Apesar de estar mal nas pesquisas para o governo paulista, tem de ter cautela ao bater em Geraldo Alckmin (PSDB). Lula, se disputar o segundo turno contra Ciro, vai querer o apoio do tucano.

Problema presente
Alckmin, num eventual segundo turno contra Maluf, tem tudo para dar um nó em Lula, caso Serra não passe para a fase final da eleição presidencial. Se o governador fechar com Ciro, Lula ficará sem palanque em SP. A não ser que faça uma dobradinha com Maluf, situação impensável no PT de meses atrás.

Canal de diálogo
Na platéia do evento "Candidatos na Folha", Eduardo Suplicy foi o único político da comitiva de Lula a enviar uma pergunta ao petista, que acabou não sendo lida. O senador queria saber se o presidenciável tinha a intenção de implantar o programa de renda mínima.

Aliança na marra
A senadora petista Heloísa Helena acionou o TRE de Alagoas. Descobriu que sua foto foi usada, sem a sua autorização, em panfletos do governador Ronaldo Lessa (PSB), candidato à reeleição no Estado.

Visita à Folha
Celso Giglio, prefeito de Osasco e presidente da Associação Paulista de Municípios, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Rubens Figueiredo, diretor do Cepac Pesquisa & Comunicação.

TIROTEIO

De Frei Betto, escritor e amigo de Lula, sobre FHC querer conversar com os presidenciáveis sobre a crise financeira do país:
- O presidente quer agora dividir o ônus sem jamais ter partilhado os benefícios. Se os candidatos aceitarem o convite, estarão assinando um cheque em branco e comprometendo o futuro governo.

CONTRAPONTO

Saída lógica

Com o bom desempenho nas pesquisas do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, Leonel Brizola tem feito uma brincadeira com assessores e políticos do partido mais próximos. Ao tocar no assunto, o ex-governador do Rio pergunta para o interlocutor, entre sorrisos:
- Eu sei que nós vamos ganhar a Presidência. O problema vem depois. O que é que nós vamos fazer depois?
Na semana passada, Brizola fez a pergunta ao deputado federal Miro Teixeira (PDT):
- O que é que nós vamos fazer depois, Miro?
O deputado respondeu:
- É simples. Um dia depois da posse, a gente vai para a oposição.
O ex-governador coçou a cabeça, refletiu e concluiu, em tom de brincadeira:
- É, pode ser. É da nossa natureza mesmo.



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