São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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Garotinho pede "pauta prévia" a FHC

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) disse ontem que só com uma "pauta prévia" aceitará o convite do presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o acordo com o FMI.
"Quero saber o seguinte: "Nós vamos lá apenas para ele fazer um relato do acordo ou para que ele peça a nossa opinião?". Se for simplesmente para referendar o que já está discutido, o que eu vou fazer lá?", perguntou.
Assessores de Garotinho informaram, porém, que o encontro entre os dois já havia sido agendado para a próxima segunda-feira.
O candidato disse que não tem "nenhuma dificuldade" para conversar com o presidente, mas que não irá se comprometer com os termos do acordo. Para ele, o diálogo só teria valor se o governo aceitasse ponderações dos candidatos. "Eu, por exemplo, sou contra a diminuição das reservas [cambiais". Baixar para R$ 5 bilhões deixará o futuro governo numa situação delicadíssima."
O presidenciável disse que soube do interesse do presidente em chamá-lo para conversar por intermédio do assessor econômico Tito Ryff. Segundo Garotinho, Ryff recebeu um telefonema do ministro Pedro Parente (Casa Civil). O ex-governador pediu, então, que Ryff dissesse que estava disposto a conversar, se houvesse uma pauta determinada.

Ciro e evangélicos
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, tenta atrair os votos dos eleitores evangélicos, um reduto de Garotinho.
No domingo, Ciro encontrará o presidente da Convenção Batista do Brasil, pastor Nilson Fanini. No dia 26, vai a jantar organizado no Rio pela Associação dos Advogados Evangélicos do Brasil.
"Ciro é um homem muito preparado para governar o país. Ele inclusive foi nosso aluno", disse Fanini, referindo-se à universidade batista de Harvard (EUA), onde o candidato foi aluno-visitante.
Apesar do elogio, o pastor disse que seu candidato ainda é Garotinho. "Mas nossa igreja é democrática. Qualquer um pode apoiá-lo [Ciro]. Não fazemos restrições." Ontem, Fanini se reuniu com o ex-deputado Sérgio Arouca, do PPS, e com o presidente do Meps (Movimento Evangélico Popular Socialista), Ednaldo Carvalho, ligado ao partido.

Renúncia ao vivo
O candidato do PSB ao governo de Goiás, Valdivino Borges, 51, renunciou no início da tarde de ontem à sua candidatura. O anúncio foi feito durante uma entrevista ao vivo no "Jornal do Almoço", exibido pela "TV Anhanguera", afiliada à Rede Globo no Estado.
Borges alegou "falta de estrutura para conduzir a companha". Ele disse que a decisão, pessoal, já vinha sendo discutida com o partido. Com a desistência, o PSB local passou a integrar movimento que apóia a reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB).


Colaborou a Agência Folha



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